segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

5 Mitos sobre Cessação Tabágica

 

1º MITO

Parar de fumar depende só da força de vontade

REALIDADE

O fumo do tabaco contém nicotina, que é uma substância que provoca dependência. Quando o fumador dependente para de fumar de repente quase sempre experimenta uma síndrome de privação (ressaca) como acontece com outras toxicodependências. É por isso que os fumadores mais dependentes necessitam de ajuda para parar de fumar.

Veja aqui qual o seu grau de dependência:

Teste de Fagerström

 


2º MITO

Agora que tenho cancro já não vale a pena parar de fumar.

REALIDADE

Nunca é tarde demais para parar de fumar. Hoje em dia um diagnóstico de cancro não tem o mesmo peso que tinha há alguns anos, há muitos tratamentos inovadores que aumentam a sobrevivência. Parar de fumar aumenta as hipóteses do seu tratamento ser bem sucedido e com menos efeitos secundários, da sua recuperação ser mais rápida, diminui o risco de outros cancros e permite-lhe ter uma melhor qualidade de vida.

 

3º MITO

Fumar ajuda-me a lidar com a ansiedade. Agora não é uma boa altura para parar.

REALIDADE

A ansiedade é muitas vezes um sintoma de privação da nicotina. Na verdade, fumar apenas alivia esta sensação transitoriamente e contribui para perpetuar este ciclo de ansiedade. A longo prazo, deixar o tabaco melhora os níveis de ansiedade e depressão, e se o fizer com ajuda vai ser mais fácil.

Parar de fumar pode ser difícil mas vale a pena!


4º MITO

Se fumar só 3 ou 4 cigarros por dia não faz mal.

REALIDADE

O consumo de tabaco está diretamente relacionado com o aparecimento de cancro do pulmão, independentemente do número de cigarros consumidos. Mesmo 3 ou 4 cigarros por dia podem ter efeitos importantes na sua saúde, nomeadamente a nível do coração.



 https://moriahmusic.net/

5º MITO

Fumar charuto ou cachimbo é melhor que o cigarro.

REALIDADE

"Um charuto pode conter a mesma quantidade de tabaco (e de nicotina) que 20 cigarros, com potencial desenvolvimento de dependência, tal como o cigarro. E para agravar a situação, os charutos habitualmente não têm filtro", detalha o pneumologista. Os fumadores de charuto ou cachimbo têm quatro a 10 vezes maior probabilidade de desenvolver cancro da boca esófago ou garganta, comparativamente com os não fumadores.

"Se fizerem inalações profundas, estão igualmente expostos a todos os outros riscos que os fumadores de cigarros já enfrentam. "E uma vez que os charutos têm maior quantidade de tabaco e ardem mais lentamente provocam muito mais fumo inalado passivamente pelo próprio fumador e pelos que o rodeiam", destaca Miguel Guimarães.



 https://incrivel.club/

https://www.lusiadas.pt/blog/doencas/cancro/charuto-tao-prejudicial-como-cigarro

parar de fumar depois do diagnóstico de cancro

https://www.gecp.pt

domingo, 30 de janeiro de 2022

VIDAS INTERROMPIDAS…

 

Morte! Já perdi a conta de quantas vezes falei sobre este assunto tão evitado por todos os viventes, já perdi a conta de quantas as vezes a desejei…

Sou má pessoa ….por querer descansar mais cedo do que me é devido?!…

Estou condenada, bastou 15 anos neste mundo para ter a certeza de que estou condenada a uma vida aborrecida, sem amor, sem carinho, apenas dor! Não sou como tu especial, bela ou incrível, não sou como tu, não sou digna de ser recordada por outro, porque eu não sou ninguém!



Sou um corpo sem identidade que vagueia num mundo que há muito deixei! Faço um pedido não chorem por mim….Morte nos teus braços vou viver!” (H.M. 15 anos)

O suicídio na adolescência é, a nível global, a segunda causa de morte nesta faixa etária - a terceira mais comum em rapazes (após acidentes de viação e causas violentas) e a primeira em raparigas entre os 15-19 anos, constituindo um problema relevante de saúde pública. Em Portugal, a taxa de suicídio na adolescência (15-19 anos) tem sido sinalizada como uma das mais baixas da Europa, no entanto, a prevalência das “mortes de causas indeterminadas” poderá conduzir à sua subestimação.

A adolescência é um período  que se pauta pela instabilidade física e emocional em parte pela mudança rápida de humor e emoções. O seu novo papel na sociedade traz consigo um comportamento de questionar os valores e todas as modificações de que o jovem é alvo (físicas, cognitivas e emocionais) conduzem a uma predisposição a novas experiências e a um  testar de atitudes e limites que poderão em última instância ameaçar a saúde. As razões subjacentes ao suicídio, ou tentativas de suicídio, na adolescência podem ser complexas. É frequente observarmos que estes comportamentos assentam em sentimentos de grande ambivalência, registando-se uma clara oscilação no que respeita à intencionalidade suicidária, sendo difícil (ou mesmo impossível) a análise retrospetiva quanto à sua intencionalidade. Por outro lado, um comportamento que começa como suicidário poderá evoluir para um sem intencionalidade de morte, e vice-versa. Não esquecendo que um comportamento auto-lesivo (CAL) não suicidário poderá ele mesmo constituir um comportamento letal.


E quem está em maior risco?

Apesar de serem escassos os estudos por razões éticas, a investigação sugere que a combinação de fatores de risco (distais e proximais), que pode variar ao longo do tempo,  aumenta a probabilidade do adolescente adotar comportamentos auto-lesivos ou até efetuar uma tentativa de suicídio. Nos primeiros (distais) incluem-se fatores que apontam para uma maior vulnerabilidade do jovem efetuar uma tentativa de suicídio, como baixa auto-estima, impulsividade, perturbações psiquiátricas diagnosticadas (e.g. depressão, ansiedade, pert. Personalidade, Consumo de Substâncias, entre outras); conflito familiar crónico; dúvidas ou questões permanentes que se prendem com a sua sexualidade (maior risco em jovens homossexuais ou bissexuais) ou claro está a existência de tentativas anteriores do próprio ou na sua história familiar. No que respeita aos fatores proximais falamos dos acontecimentos de vida stressantes recentes que poderão precipitar este tipo de comportamentos. Contamos com uma história de abuso sexual ou físico; episódios de bullying, dificuldades académicas marcadas, dificuldades significativas no seu funcionamento diário reativas a uma doença física ou lesão, conhecimento e/ou exposição a suicídio de alguém querido, ou próximo, a acessibilidade dos meios (e.g. armas, medicação), entre outros.

Neste seguimento, não podemos deixar de reflectir sobre o efeito de “contágio social” que poderá ter a revelação de algumas figuras públicas de recorrerem a comportamentos deste tipo como forma de lidar com a sua dor, colocando os mesmos nas “luzes da ribalta”; ou mesmo os inúmeros vídeos e sites existentes on line a ilustrar e a quase glorificar esta problemática. Também a descoberta de um amigo/ par do seu grupo de pares de pertença, poderá ser vista como uma normalização e aceitação deste comportamento.

Note-se neste sentido a polémica que envolveu a estreia da célebre série na Netflix “ 13  razões porquê” que rapidamente captou a atenção do público a nível mundial. A série retrata a morte de uma jovem de 17 anos quase romantizando a temática em questão.  Com a voz de Hannah Baker a sair de uma velha aparelhagem, em tom firme, seguro e com grande clareza, lançam-se os grandes temas de “Por Treze Razões”: suicídio, culpa, vingança, bullying e violência entre adolescentes. É verdade que é fundamental a reflexão sobre as problemáticas em questão, eu diria até que é urgente numa linha preventiva, mas de uma maneira não filtrada, podem-se correr “riscos” com os “adolescentes mais frágeis, do ponto de vista emocional”, levando-os a ter “comportamentos de imitação — não necessariamente do suicídio, mas de comportamentos autodestrutivos, pois não podemos negligenciar a tendência da distância que há dos pensamentos ao ato (nos adolescentes) a ser  curtíssima.

Muitas vezes o jovem que faz(pensa) (n)uma tentativa de suicídio apresentou alguns sinais prévios que importa refletir. Adolescentes que estão a pensar em suicídio podem:


Falar sobre suicídio ou morte no geral (com frequência). Ou mesmo verbalização de pensamentos estranhos.
Insinuar /dar pistas de que não vão estar cá por muito tempo.
Falar sobre desesperança ou sentirem-se culpados.
Isolar-se/afastar-se de amigos e/ou família.
Escrever músicas, poemas, textos/cartas sobre morte, separação ou perda.
Dar pertences importantes para si a amigos, familiares.
Perda de interesse/desejo em participar em atividades, coisas outrora apreciadas.
Dificuldade em concentrar ou pensar com clareza.
Alterações nos padrões de apetite e/ou sono.
Envolver-se em comportamentos de risco.
Perda de interesse no desporto e/ou escola.
Alteração e cuidado pobre da sua apresentação.

O que podem pais/professores fazer?


É difícil por vezes relembrar como foi ser adolescente, aquela zona cinzenta em que já não se é criança mas também ainda não se tem os mesmos privilégios e direitos dos adultos.

Compreender a depressão na adolescência pode constituir um desafio, pois a sua apresentação poderá ser diferente do que se acredita ser comum. Por exemplo poderá surgir sob a forma de problemas com amigos, nas notas, no sono. Ou com a predominância do humor irritável e rabugento por oposição ao humor triste e choro fácil que facilmente associamos à depressão. Manter um olhar atento e cuidado no jovem que parece triste/depressivo e isolado é fundamental.

É imprescindível uma atitude não crítica face ao comportamento do jovem, e procurar perceber o que levou e leva a querer magoar-se, o foco deverá ser ajudá-lo a exteriorizar o que sente. Não significa isto que não possa, ou deva, partilhar o que sente, aliás até é importante que o jovem perceba que às vezes é normal sentir-se assoberbado pelas emoções e assim trabalharem nas VOSSAS emoções. Por vezes os pais receiam que ao falar sobre este tema, possam reforçar os comportamentos do adolescentes. Se o jovem grita por atenção dê-lhe, OIÇA-O! E neste sentido, foque-se não no comportamento e em cessá-lo, mas no que está a provocar o mesmo.

A comunicação é fundamental! Expresse a sua preocupação e amor. Faça perguntas sobre as mudanças que nota. Entenda-se, e.g. que uma discussão com um amigo ou o término do namoro poderá não parecer de grande importância, afinal o “tempo cura tudo”, mas para o jovem a vivência daquela poderá ser imensamente doloroso e desesperante. É muito importante não desvalorizar o que o jovem verbaliza sentir! Pois poderá potencializar o seu sentimento de desesperança. Se o seu filho não se sente confortável a falar consigo, sugira alguém neutro, um familiar, tio, tia, avós, professor/treinador ou mesmo a ajuda de alguém especializado. Não minimize estes comportamentos. Provavelmente a sua filha (ou filho) não precisará de ser hospitalizada, a não ser que tenha ideias de morte marcadas  (e com um plano claro do que faria)  ou se os comportamentos auto lesivos são de tal forma que coloquem a sua vida em perigo. O primeiro passo deverá ser procurar ajuda especializada que o ajude a “ler” o que está a acontecer. O suicídio é na verdade uma solução definitiva para um problema temporário.

Mostre-se disponível para ouvir sem crítica, a probabilidade é que ela/e queira falar, pedir ajuda e não saiba como ou tenha demasiada vergonha ou medo de pedir ajuda e perder o seu amor. Dessa forma fale com a sua filha (ou filho) apenas quando sentir que está calmo e é capaz de ouvir TUDO o que ela possa ter a dizer!  A sua atitude é determinante! Pergunte abertamente se pensam em suicídio, ou em se magoar, falar sobre a temática não potencializa a mesma ou o ato em si. Pode dizer algo como “ Tenho notado que tens falado muito sobre morte e querer morrer. Tens pensado em matares-te?”


https://www.sympla.com.br/voce-nao-esta-sozinho-parte-i-uma-conversa-sobre-ansiedade-depressao-e-suicidio__357627

Quero que saibas que te amo incondicionalmente! Estou aqui para te ajudar.... não estou zangada ou desiludida contigo! Não estou aqui para te castigar... estou disponível quando tu te sentires confortável para falarmos do que está a acontecer, do que está a sentir!”
Em suma, a literatura e a experiência ditam, observe, descreva e fale abertamente do que vê e pergunte. Na dúvida procure AJUDA para si, para o jovem, para AMBOS!

As palavras certas  podem realmente fazer diferença!

 Artigo desenvolvido por:

Sónia Fernandes, Psicóloga Especialista em Clínica e na Saúde

PIN - Centro de Desenvolvimento

https://estrelaseouricos.sapo.pt/temas/pedagogia/vidas-interrompidas-21781.html

 

Se tem sono curto, pode ter BHLHE41 ou o “gene do sono curto”

 

Descoberta:
O gene BHLHE41 ou "short sleeper" foi descoberto por cientistas da UCSF (He et al. (2009)) que estavam a examinar o ADN em várias amostras de sangue de centenas de participantes do estudo do sono e detectaram duas amostras de ADN com cópias anormais do gene DEC2 , que é conhecido por afetar os ritmos circadianos. 

Eles então selecionaram as pessoas que tinham dado as amostras com as anormalidades e encontraram uma mãe e uma filha que funcionavam adequadamente com aproximadamente 6 horas de sono por noite.



Eles depois testaram essa mutação em ratos (criaram os ratos com essa mutação) e descobriram uma adaptação semelhante ao tempo de sono mais curto. Quando os cientistas cruzaram os ratos com a mesma mutação, os animais dormiram menos e recuperaram-se mais rápido de períodos de privação de sono em comparação com ratos normais.

Características:

-Período de atividade aumentado;
-Indivíduos requerem menos sono em 24h;
-Tempo normal de adormecer;
-Tempos totais diários de sono mais curtos ;
-Acorda mais cedo;

Causa:

Mutação no gene básico da proteína classe B, 3 contendo domínio hélice-alça-hélice (BHHLB3, 606200.0001 ) 
uma mutação heterozigótica também foi identificada no gene DEC2

A mutação em BHLHE41 faz com que o aminoácido argenina seja substituído para o aminoácido prolina. Observa-se que a prolina é altamente conservada entre os mamíferos nessa posição (para a qual a argenina foi substituída) e, portanto, parece sugerir que a seleção natural selecionou contra desvios da prolina nessa posição para explicar o sono mais longo.  

Herança: Autossômica dominante (menos de 5% das pessoas parecem ter sono naturalmente curto)

http://allaboutgenes.weebly.com/bhlhe41.html

 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

O/A meu/minha filho/a fuma. E agora?

 

E se encontrasse um maço de cigarros na bolsa da sua filha adolescente? Como se sentiria se visse o seu filho de 16 anos dando uma passa num cigarro antes de passá-lo para um de seus amigos? E se o/a seu/sua filho/a fosse quase um em cada quatro alunos do último ano do ensino médio que fuma? Embora sim, teria sido ideal se ele ou ela nunca tivesse começado a fumar, neste ponto, você e o/a seu/sua filho/a adolescente só podem trabalhar para parar.

 

"Os pais devem reconhecer que não é tarde demais se os seus filhos começaram a experimentar tabaco, ou mesmo se eles são fumadores habituais", disse Yvonne Hunt, diretora de programa do National Cancer Institute's Tobacco Control Research Branch. "Os pais podem realmente ser influentes, mostrando interesse e envolvendo os seus filhos adolescentes nas conversas sobre o assunto."

Mas por onde começa? Aqui estão algumas dicas para os pais falarem com eficácia sobre o hábito de fumar e ajudá-los a parar de fumar.

https://www.alamy.es/adolescente-fumar-cigarrillos-ilustracion

Faça uma pausa. Ao descobrir que seu filho fuma, "pode ​​ser natural para os pais ficarem chateados, com raiva, com medo, preocupados ou como se estivessem a perder o controlo da situação", disse D'Arcy Lyness, psicólogo infantil e adolescente e editor de saúde comportamental para KidsHealth.org. Com essas emoções a formarem-se, pode-se sentir inclinado a encontrar o/a seu/sua filho/a adolescente e dar um sermão ou castigá-lo/a eternamente. Em vez disso, pare para se recompor e decidir como deseja reagir, sugere Lyness. Gritar e berrar provavelmente não vai ajudar, diz ela.

 

“Para serem levados a sério, os pais devem utilizar essa posição de autoridade de forma confiável e equilibrada quando falam”, diz ela. Os pais devem ser calmos e claros ao dizer aos filhos que não querem que ele/a fume. Idealmente, com este tom respeitoso, os pais podem abrir um diálogo com o/a seu/sua filho/a adolescente em vez de uma palestra.

 

Abandone seu próprio hábito. “Se um pai ou mãe fuma, ele/a precisa parar”, diz Lyness. "Eles precisam de fazer o que dizem." Certamente não ajuda os pais a obrigarem os seus filhos a parar de fumar se eles próprios continuam a fumar. Modelar os comportamentos positivos que os pais desejam ver é muito mais eficaz, portanto, tente parar de fumar - talvez junto - com o/a seu/sua filho/a adolescente.

 

Se desistir não for uma opção, ou você optar por não fazê-lo, saiba que ainda tem influência em ajudar o/a seu/sua filho/a a desistir, diz Hunt. Revele suas próprias lutas com o tabaco e talvez lembre o/a seu/sua filho/a das muitas vezes em que tentou parar sem sucesso para enfatizar a seriedade do problema.

 

Além disso, Hunt acrescenta: "Quer os pais sejam fumadores ou não, eles certamente podem comunicar quais são as suas expectativas para os filhos e estabelecer limites". Falando nisso...

 https://casamento.culturamix.com/relacionamento-2/filhos/a-importancia-do-bom-exemplo-na-educacao.

Estabeleça limites e expectativas. Declare que é proibido fumar em casa, sugere Hunt, o que significa que ninguém - nem o/a seu/sua filho/a, os/as seus/suas amigos/as, convidados ou o/a próprio/a - pode fumar dentro de casa. Definir limites ajuda a controlar os comportamentos de fumo do/a seu/sua filho/a e também os seus. Não fumar dentro de casa é uma regra que vocês podem seguir juntos.

Expanda as zonas de não fumadores para o carro do/a seu/sua filho/a e outros locais onde ele/a e os seus amigos fumam, como garagens, calçadas, varandas e deques.

 

Ofereça ajuda e suporte para parar de fumar. Simplesmente dizer ao/à seu/sua  filho/a para parar de fumar - como costumava dizer a ele/a para limpar o quarto ou fazer os trabalhos de casa - geralmente não ajuda muito. Mesmo que os adolescentes ainda não sejam fumadores habituais, provavelmente ainda precisam de apoio.

A nicotina é uma droga muito forte que atua no cérebro, e o cérebro dos adolescentes ainda está em desenvolvimento. “Essa pode ser uma das razões pelas quais muitos adolescentes se sentem dependentes do tabaco depois de usá-lo por um curto período de tempo”, afirma um relatório do Surgeon General de 2012.

Fumadores adolescentes frequentes ou ocasionais ainda podem sentir desejos e abstinência, e Hunt diz que as suas tentativas de parar por conta própria muitas vezes não têm sucesso.

 

Não se esqueça que é um pai/mãe - (provavelmente) não um especialista em vícios. Não tem de saber todas as respostas, mas certamente pode indicar ao/á seu/sua filho/a a direção certa para parar de fumar.

Não desista. Ajudar o/a seu/sua filho/a a parar de fumar "não é um assunto que fala uma vez e acaba", diz Hunt. "É um processo. Continue a acompanhar e fale sobre o fumar, continue e não desista."

https://health.usnews.com/health-news/health-wellness/articles/2013/09/17/5-tips-for-helping-your-teen-quit-smoking

Como a poesia pode ajudar a controlar a ansiedade?

 

A Palavra de Cura

A poesia pode fornecer conforto e melhorar o humor durante períodos de stress, trauma e luto. A sua poderosa combinação de palavras, metáforas e métrica ajuda-nos a expressar melhor e a dar sentido ao mundo e ao nosso lugar nele.

Diferentes pesquisas encontraram evidências de que escrever ou ler poesia pode ser terapêutico tanto para pacientes que lidam com doenças e adversidades quanto para seus cuidadores. Um estudo de 2021 com crianças hospitalizadas descobriu que oferecer oportunidades para elas lerem e escreverem poesia reduziu o seu medo, tristeza, raiva, preocupação e fadiga. Um grupo de 44 pacientes pediátricos recebeu kits de escrita de poesia contendo instruções de escrita, amostras de poemas selecionados, cartolina colorida, canetas e marcadores. A maioria das crianças relatou que se sentiu feliz após a atividade de poesia. As pesquisas pós-poesia também descobriram que escrever e ler poesia proporcionou às crianças uma distração bem-vinda do stress e uma oportunidade para a autorreflexão.

Outro estudo descobriu que sessões guiadas de escrita de poesia aliviaram significativamente os sintomas de depressão e trauma em adolescentes que sofreram abuso. Outros estudos descobriram que a poesia terapêutica com um terapeuta certificado ajudou pacientes com cancro a melhorar a resiliência emocional, aliviar os níveis de ansiedade e melhorar a sua qualidade de vida. 



A poesia terapêutica também pode apoiar o bem-estar emocional dos cuidadores, incluindo conselheiros de violência doméstica, familiares de pacientes com demência e profissionais de saúde da linha de frente. Uma revisão sistemática publicada em 2019 descobriu que a poesia pode ajudar os profissionais de saúde a combater o esgotamento e aumentar a empatia pelos pacientes, dando às linhas de frente outra ferramenta baseada na arte para recorrer durante a pandemia e depois dela.

Os benefícios curativos da poesia podem estender-se a praticamente qualquer pessoa um estudo com estudantes de graduação no Irão descobriu que ler poesia juntos reduzia os sinais de depressão, ansiedade e stress. Usar a poesia para encontrar a nossa voz pode abrir novas maneiras de nos expressarmos que não podem ser percorridas com as palavras do dia-a-dia e abrir caminhos para nos curar e restaurar, especialmente em tempos de stress. Como disse certa vez o psiquiatra e poético terapeuta da UCLA, Robert Carroll : “Nossas vozes são personificações de nós mesmos, escritos ou falados. É em tempos de extremos que ansiamos por encontrar palavras ou ouvir outra voz humana que nos diga que não estamos sozinhos. ”

https://www.artsandmindlab.org/more-than-words-why-poetry-is-good-for-our-health/

E se for escritora ou escritor? No link que se segue, tem algumas dicas para começar a escrever o seu poema:

https://www.readpoetry.com/8-poetry-exercises-to-help-your-creativity-flow/



Segue um poema de Otília Costa “A minha Voz não se cala”

A liberdade vale mais que um tesouro

Cabelos, soltos, ao vento.

Saltitando de alegria.

Livre como o pensamento,

Ia correndo Maria.

 

Nisto houve um passarinho,

Alegremente a cantar.

E, ela vai de mansinho,

Para o poder agarrar.

 

Mas logo, o seu coração,

Fortemente lhe bateu,

Ao recordar a lição

Que a professora lhe deu.

 

Não prendam as avezinhas

Nem em gaiola de ouro.

A liberdade, meninas,

Vale mais que um tesouro.

 

Que vos sirva de lição

Esta pequena história.

Se tendes bom coração,

Guardai-a bem na memória.

 

 

 

A referência que se segue é também mais uma prova em como a poesia diminui os níveis de ansiedade para o tratamento do miocárdio.

“Mirzaee MS, Mozafari N, Iranpoor D, Motamed N, Jahanpour F. The effect of poetry therapy on the level of anxiety in patients with myocardial infarction. Natl J Physiol Pharm Pharmacol 2018;8(6):848-853.”

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Falta de Sono e acidentes de viação

 

Existem inúmeras formas através das quais a falta do sono o vai matar. Algumas demoram mais tempo; outras são bastante mais rápidas. Uma das funções cerebrais que cede mais depressa sob a menor quantidade de privação de sono é a concentração. As consequências sociais mortíferas que este tipo de falha de concentração acarreta fatalmente sob a forma de acidentes de viação. Nos Estados Unidos, a cada hora que passa morre uma pessoa em acidentes de viação relacionados com erros de fadiga.

Existem dois culpados fundamentais nos acidentes de viação por fadiga. O primeiro é o facto de os condutores adormecerem ao volante. Porém, isto não acontece com muita frequência e normalmente implica que o condutor esteja num estado de privação de sono severa (depois de estar acordado há mais de 20 horas). O segundo, e mais comum, é um lapso momentâneo na concentração, denominada microssono. Estes episódios duram poucos segundos e durante este tempo as pálpebras fecham-se parcial ou totalmente. Normalmente ocorrem em pessoas que dormem cronicamente pouco – esta condição define-se por um sono habitual de menos de sete horas de sono por noite.

Industry Update: Acute Sleep Deprivation and Crash Risk | DJS Associates (forensicdjs.com)

Durante um microssono, o cérebro torna-se por breves instantes cego em relação ao mundo que o rodeia – não apenas no aspeto visual, mas em todos os canais de perceção. Na maior parte das ocasiões, as pessoas não têm consciência do episódio. Mas o mais problemático é que o controlo decisivo de ações motoras, como o que é necessário para operar um volante ou carregar num pedal do travão, será temporariamente interrompido. Como resultado, não é necessário adormecer durante dez ou quinze segundos para morrer enquanto conduz. Dois segundos bastam. Um microssono de dois segundos a 50 quilómetros por hora com um ângulo modesto no volante pode resultar na mudança completa do seu carro para a faixa do lado. Ou para a faixa contrária. Se isto acontecer a 100 quilómetros por hora, pode ser o seu último microssono.

David Dinges, da Universidade da Pensilvânia, um verdadeiro titã na investigação do sono e meu herói pessoal, fez mais do que qualquer cientista da história para responder a esta questão fundamental: Qual é a taxa de reciclagem de um ser humano? Ou seja, quanto tempo um ser humano aguenta sem dormir antes que o seu desempenho seja objetivamente afetado? Quanto sono pode um ser humano consciente de como se encontrava em privação de sono? Quantas noites de sono recuperação são necessárias para restaurar o desempenho estável de um ser humano depois da privação do sono?

(...)

Depois de 30 anos de investigação intensa, podemos agora responder a muitas das perguntas. O ritmo de reciclagem de um ser humano é de cerca de 16 horas. Depois de 16 horas de vigília, o cérebro começa a falhar.

Pode ficar surpreendido ao saber que os acidentes causados pelo sono ao volante excedem os causados pelo consumo de álcool e de droga somados. Conduzir com sono é pior do que conduzir embriagado.

No entanto, a minha afirmação é verdadeira por um motivo muito simples os condutores embriagados atrasam-se normalmente a travar e a fazer manobras evasivas. Mas quando se adormece ao volante, ou se tem um microssono, deixa de reagir completamente.




Drowsy Driving (floridaweekly.com)

Atenção. No final e muito importante: se está a conduzir e sente sono, por favor, pare. É letal. Carregar nos seus ombros o fardo da morte de pessoa é algo terrível. Não se deixe convencer pelas muitas táticas ineficientes que as pessoas lhe dizem que pode empregar para combater o sono ao volante. Muitos de nós pensamos que seremos capazes de ultrapassar o sono só com força de vontade, mas infelizmente isto não é verdade. Presumir o contrário pode colocar em risco a sua vida, a dos familiares ou amigos que viajem consigo no carro e as vidas das outras pessoas que andam na estrada.

 

Fonte: Walker, Matthew; Porque dormimos?; Men’s  , fevereiro 2019, 978-989-8892-25-6 Pág 152

Veja o seguinte vídeo:

Associação Portuguesa do Sono - Multimédia (apsono.com)