quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Hábito, compulsão ou vício? Entenda as diferenças entre esses comportamentos

 

As profundezas do vício “quando eu quiser, eu paro”

 

Veja o que dizem os especialistas sobre os nossos padrões comportamentais e de que maneira podemos identificar cada um deles para tratá-los da maneira mais adequada, sem maiores prejuízos à nossa saúde

Cada vez que experimentamos uma sensação positiva, o nosso cérebro regista essa informação e pede que a façamos novamente.

Isso é possível através de um neurotransmissor conhecido como dopamina, um mensageiro responsável por levar a informação do cérebro para as células do sistema nervoso.

A dopamina é capaz de transferir ao organismo sensações de prazer e bem-estar, podendo ser acionada por situações como comer um chocolate, dar um abraço em quem amamos, assistir um filme ou jogar videogame, praticar desporto e até mesmo pelo consumo de substâncias lícitas e ilícitas. Um mecanismo que faz com que nós, seres habituados a padrões repetitivos e que valorizam a sensação de recompensa, sejamos inclinados a comportamentos que levam aos hábitos, compulsões, dependências e vícios. Termos que muitas vezes se confundem e acabam sendo utilizados como se fossem sinônimos, mas que na verdade são conceitos que explicam níveis diferentes de comportamentos, com impactos e consequências também distintas para a saúde.

Saber diferenciar cada um desses comportamentos é fundamental para ajudar a nos entender melhor e, mais do que isso, é importante para indicar quando é preciso buscar um tratamento.

 

 

Hábito

Para a Dra. Flávia Coimbra Pontes Maia, médica especializada em endocrinologia e metabologia, cooperada da Unimed-BH, a diferença entre os termos que definem padrões de comportamentos que podem ser nocivos está nas ações que cada um deles causa no organismo. O hábito, por exemplo, caracteriza-se por ações que se aprendem e se repetem regularmente de forma consciente ou não. Quando imaginamos alguém que, todos os dias, ao acordar tem o costume de tomar uma bela chávena de café e se sente bem para seguir o seu dia, podemos dizer com certeza que essa pessoa tem um hábito.

Compulsão

Agora imagine a mesma situação, só que desta vez, não são ainda 10h, a pessoa já tomou 5 chávenas de café e, mesmo assim, ainda não se deu por satisfeita. Segundo a especialista, quando isso acontece, trata-se de compulsão. “A necessidade de tomar café várias e várias vezes durante o dia, ou comer de maneira exagerada, sem se sentir saciada daquele desejo, sem dúvida é uma compulsão. Nesses casos, o cérebro já não consegue reconhecer mais um estado de satisfação”, explica.

Vício

Já o vício, garante a Dra. Flávia, envolve uma perturbação mais grave na vida de quem o adquire por conta da necessidade extrema de repetir uma ação várias vezes. “Nesses casos, a pessoa tem necessidade de repetir uma ação, mesmo sabendo que aquele ato repetido a exaustão vai trazer prejuízo para a saúde dela”, salienta. Ela cita, como exemplo, pessoas que são viciadas em trabalho, os chamados workaholics. “Viciados acabam perdendo o controle das suas ações”. Segundo a especialista, um hábito pode se transformar em um vício. “Isso acontece quando a pessoa já não consegue mais ter um prazer genuíno com um determinado hábito, passando dos limites saudáveis”.



https://www.universalchurchusa.org/pt/post/a-verdadeira-origem-dos-vicios/

Dependência

No caso da dependência, afirma a médica, ela ocorre quando o organismo se adapta a uma droga ou comportamento que, ao serem interrompidos, causam transtornos físicos e mentais no indivíduo. Mal-estar, desequilíbrio psicológico e abstinência são sensações causadas pela interrupção de um ato repetido várias vezes. “Para obter a sensação de bem-estar o dependente necessita, cada vez mais, repetir aquela ação”, reforça. A especialista lembra do prejuízo social trazido pela dependência, já que a pessoa não consegue mais cumprir com as suas obrigações, tanto profissionais quanto em família e em sociedade.

Ajuda profissional

Para o cardiologista Dr. José Pedro Jorge Filho, também cooperado da Unimed-BH, outro especialista ouvido pelo Bem Viver Em Minas, é difícil para um paciente assumir que precisa de ajuda, o que pode prejudicar a identificação dos problemas. Ele usa o tabagismo como exemplo. “Para que uma pessoa possa parar de fumar é necessário combater ao mesmo tempo o hábito e o vício. Sozinho, é muito difícil que o indivíduo consiga bons resultados. A estratégia hoje está baseada em medicamentos ou outros tratamentos para controlar o vício, para que a pessoa, sozinha, consiga combater os hábitos”, garante. Além disso, assegura o especialista, mesmo se propondo a parar de fumar, é importante que o fumante conte com um apoio de um profissional que pode ser um médico ou um terapeuta. “O fumador precisa da ajuda de alguém que tenha empatia por ele, que seja capaz de compreender o seu problema e as suas dificuldades, mas que também seja firme nos seus momentos mais frágeis, quando for preciso relembrá-lo que é preciso seguir em frente”.

Danos à saúde

Agora que já entendemos as características que levam a padrões de comportamento considerados nocivos, é importante saber que eles podem trazer impactos para a saúde física e mental. De forma geral, os especialistas no assunto garantem que qualquer comportamento pode se tornar nocivo a partir do momento que o indivíduo perde o controlo sobre ele, podendo causar desde danos para as funções cerebrais, como alterações de humor, perceção, consciência e quadros depressivos, até à saúde física, impacto direto nos órgãos vitais como coração, pulmões e funções renais, entre outros. “A lista é bastante extensa”, garante o Dr. José Pedro. Ele reforça que mais importante do que conhecer as consequências é saber identificar, o quanto antes, um comportamento considerado nocivo para que o paciente retome a sua qualidade de vida para viver mais e melhor.

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/especial-publicitario/bem-viver-em-minas/habitos-e-vicios/noticia/2022/01/16/habito-compulsao-ou-vicio-entenda-as-diferencas-entre-esses-comportamentos.ghtml

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Jogos para aliviar o stress e a ansiedade

 

O stress, emoções negativas e fadiga aparecem de vez em quando e por vezes não é fácil distrair-se e relaxar um pouco.

Damos aqui 5 sugestões de jogos indicados para o/a ajudar a gerir da melhor forma o stress e a ansiedade:

1.     Plástico com bolhas

Rebentar as bolhas dos plásticos que envolvem encomendas, tem um efeito divertido no nosso estado de humor. Também existe jogos online para poder rebentar bolhas, que inclusivamente pode jogar nas filas de espera.



https://www.funnygames.pt/jogo/estourar_bolhas.html

2.     Pintura digital

Experimente a pintura digital, ao abrir a imagem e aumentar, visualiza números que correspondem às cores que deve preencher cada quadrado.

https://www.techtudo.com.br/listas/2018/11/lista-traz-5-jogos-de-colorir-para-android-e-iphone.ghtml

3.     Personal Zen

Pessoal Zen é um jogo criado com a ajuda de neurocientistas e está clinicamente comprovado que ajuda as pessoas a combater emoções negativas e exercita o cérebro para um melhor bem-estar e desta forma reduz o stress e a ansiedade.

https://pt.followband.com/item/7185/

4.     Bolas de papel

O Paper Toss é uma simples aplicação para Android que lhe permite atirar bolas para o balde do lixo, tal como faria num escritório, ou noutro lugar.

https://paper-toss.br.uptodown.com/android

5.     Puzzle digital

Faça um puzzle num formato digital e de certeza que se sentirá melhor, pois ajudam-no/a a distrair-se dos problemas que o/a tem deixado/a stressado/a.

https://play.google.com/store/apps/details?id=com.openmygame.games.android.jigsawpuzzle&hl=en&gl=US

 

https://mentalhealthcenter.com/control-your-emotions-top-5-stress-relief-games/

 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Como anda o teu relógio interno?

 

Sabes o que são ciclos circadianos? Alguma vez pensaste como é que a tua rotina influencia na tua metabolização genética? Usas a luz solar, o que comes ou o que dormes para rentabilizar os ritmos ou pelo contrário estão a prejudicar-te?

São muitos os fatores que impulsionam a nossa vida quotidiana: um horário de trabalho, de refeições, uma hora para fazer exercício físico, uma rotina, etc. Além disso tudo é influenciado por fatores externos.

Os ritmos circadianos estão relacionados com a regulação da temperatura corporal, a frequência cardíaca, a produção de hormonas e a excreção de eletrólitos. Estes ritmos instauram-se e modificam-se no organismo por diferentes estímulos, cientificamente reconhecidos como “Zeitgebers” ou ritmos exógenos (externos), entre os quais se encontram:

ü A presença ou ausência de luz;

ü O horário das refeições;

ü A atividade física;

ü O relógio;

ü O horário do sono.

Mas o que são os ritmos circadianos?

A ciência que estuda a estruturação dos ciclos biológicos e as suas manifestações sobre a vida é a chamada Cronobiologia. Para que todos percebamos o que é um ritmo biológico poderia definir-se como uma sucessão de eventos que numa situação estável se repetem num mesmo tempo, ordem e intervalo.

No caso do corpo humano sucedem uma série de ritmos que denominamos como ritmos endógenos, internos e que têm uma periodicidade variável. Pelo que em função do espaço de tempo que ocupam, os podemos dividir em:

ü Ritmos circadianos: têm um período compreendido entre 20 e 28 horas;

ü Ritmos infradianos: ocupam um período de 20 horas;

ü Ritmos ultradianos: têm um período de mais de 28 horas.

Estes ritmos endógenos são também influenciados pelos exógenos ou externos, entre os quais provavelmente a luz solar será a mais importante, já que costuma relacionar-se com o comportamento humano, daí que a nossa atividade máxima se desenrole durante o dia, quando há mais temperatura e luz.

Estes fatores exógenos são capazes de interrelacionar-se com os ritmos fisiológicos e modulá-los, mas não são capazes de os condicionar completamente.



https://thesouthasiantimes.info/reconnection-with-zeitgebers-organoleptics-and-sanatana-2/

No entanto, os fatores endógenos (o nosso “relógio biológico”) é que determinam os ritmos fisiológicos:

A temperatura do corpo:

A nossa temperatura corporal aumenta depois do despertar e alcança o seu máximo às 18 horas, para ir descendo até às 4 da madrugada, hora de inflexão máxima. A maior influência externa que atua sobre a temperatura é o sono e o exercício físico.

A frequência cardíaca, a pressão arterial e a frequência respiratória:

A frequência cardíaca oscila durante o dia com um máximo às 15 horas, existindo uma amplitude de variação entre os 5 e 15%. Outros parâmetros da função cardíaca estão influenciados por fatores externos como a postura anatómica, o sono, a dieta e a atividade física.

A pressão arterial está estreitamente relacionada com o ritmo circadiano. Depois da refeição a meio do dia produz-se uma queda de pressão arterial, seguida de um pico à tarde.

Vários indicadores da frequência cardíaca variam ao longo do dia e alcançam o seu máximo entre as 3 e 8 horas. Este ritmo pode ser ampliado nas pessoas asmáticas (costumam fazer crises à noite ou na primeira hora da manhã), por isso se recomenda aos desportistas asmáticos que não se exponham a treinos intensos no início da manhã.

Função gástrica e urinária:

Os ritmos circadianos estão associados à função gástrica, uma vez que a velocidade do esvaziamento gástrico da comida é 50% maior na refeição da manhã (8horas) que na da tarde (20 horas). A função urinária alcança um pico de eletrólitos à tarde (16 horas).

Ritmo do estado de humor subjetivo e secreção hormonal:

Tanto o cortisol como a hormona do crescimento apresentam picos à noite durante o sono. Ambas são influenciadas pela qualidade do sono e este por sua vez pelo exercício físico. Os estudos relacionados com este tema parecem demonstrar que o estado de vigia e o estado de bom humor se produzem ao despertar.

O estado de bom humor e de excitação é importante para o rendimento desportivo e para a predisposição para realizar uma atividade física (López, 2016).