terça-feira, 26 de setembro de 2017

Dia do Ex-fumador

HOJE É O DIA DO EX-FUMADOR – COMO DEIXAR DE FUMAR E EVITAR RECAÍDAS?

 
O dia do ex-fumador celebra-se a 26 de setembro e foi criado em 2013 pela Comissão Europeia e pela Fundação Europeia do Pulmão. A iniciativa é apoiada por várias celebridades, como a campeã de ténis Victoria Azarenka e a estrela DJ Bob Sinclair. Em Portugal, o embaixador da causa é o músico Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés. 
Questão fulcral: “Como deixar de fumar e evitar recaídas?”.  A Drª Paula Rosa responde.
Dr.ª Paula Rosa
Comissão de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Como explica que ainda existam tantos fumadores, quando se conhecem tão bem os malefícios do tabaco?Em primeiro lugar existe em todos nós uma irracionalidade que nos convence que o mal acontece sempre aos outros. Por isso, apesar de a maioria dos fumadores estar consciente de que o tabaco é responsável por muitas doenças, acredita que a ele (ela) nada lhe acontecerá.
Por outro lado, sabe que quando não pode fumar fica ansioso, irritado, inquieto, tem dificuldade em pensar e em concentrar-se… enfim, sente-se mal e só o cigarro lhe mitiga este mal-estar. Isso faz com que pense que, se deixar de fumar, vai sentir-se sempre assim, mal… e isso também lhe tira a vontade de parar de fumar.
Porque razão os fumadores que já têm alguma doença provocada pelo tabaco continuam a fumar?O tabagismo é uma doença, uma dependência! O fumador tem muita dificuldade em aceitar que tem uma dependência. Ouvimos frequentemente os fumadores dizer: “Eu acho que não sou viciado na nicotina”, “eu tenho é vício de boca”, “eu não engulo o fumo”, “eu fumo por prazer”, “eu fumo para estar entretido, para ter companhia”, entre outros exemplos. Nestes casos, os fumadores não têm verdadeira consciência de que têm uma dependência e por isso não se determinam a tratar essa dependência.
No entanto, há pessoas que deixam de fumar sem qualquer tipo de tratamento?Sim, claro! Como também há pessoas que decidem parar de consumir drogas ou de beber, e param sem qualquer tratamento ou apoio, “a frio” como dizem. Mas uma percentagem significativa precisa de apoio para resistir à privação do cigarro, que pode ser muito difícil de suportar. Os fumadores muitas vezes não procuram ajuda porque lhes parece que isso é sinal de fraqueza. Na verdade, é ao contrário: quando temos uma doença o que faz sentido é encontrar o tratamento adequado para essa doença. No caso do tabagismo, é encontrar o tratamento adequado para lidar com a síndrome de abstinência tabágica.
Basta então tomar medicamentos para parar de fumar?O tratamento pode incluir fármacos, o que acontece em grande número de casos, mas o mais importante é aprender a lidar com a vontade de fumar. O tratamento inclui a aprendizagem de estratégias que ajudam a resistir ao cigarro. Com frequência os fumadores tomam um medicamento que alguém lhe indicou ou que compraram na farmácia e dizem que não funcionou. Isto acontece porque o fumador está à espera que o medicamento lhe tire a necessidade e a lembrança de fumar, como num passe de mágica. Mas não é assim que funciona. Os medicamentos tiram a necessidade de fumar ao controlar os sintomas da privação da nicotina, mas a lembrança de fumar permanece. Eu costumo explicar aos fumadores que precisar do cigarro é diferente de lembrar-se de fumar: precisar é ficar ansioso, irritado, com dificuldade de concentração, ter taquicardia ou sensação de mal-estar quando não se pode fumar, lembrar-se é apenas a associação mental do cigarro a certas rotinas do fumador. Essa lembrança permanece mesmo depois de parar de fumar e é frequentemente responsável pela recaída nos ex-fumadores.
Recaída?Sim, mesmo depois de parar de fumar, e mesmo sem sintomas de privação, em muitas ocasiões os ex-fumadores lembram-se do seu hábito e tendem a pensar que já conseguem controlar a vontade de fumar. Tentam-se a fumar um cigarro, dois cigarros… e voltam a fumar!
O que está a dizer não condiz com o apelo que os fumadores fazem para ter a liberdade de escolher fumar…Claro que o fumador tem a liberdade de escolher ser fumador, da mesma forma que qualquer pessoa que tem uma dependência pode escolher manter essa dependência. É uma escolha limitada, no entanto, uma vez que enquanto se mantem a fumar o fumador não tem a liberdade de decidir: hoje não vou fumar, ou só vou fumar um certo número de cigarros. E mesmo que o façam é sempre com esforço e contra a sua própria vontade de fumar.
Muitas vezes quem vive com os fumadores dispõe-se a ajudar o fumador a parar de fumar, mas sem muito sucesso. Porque é que isso acontece?A pressão sobre o fumador é frequentemente contraproducente. De modo geral, o fumador sabe que está a fazer mal e sabe que não consegue parar. Isso já é difícil de aceitar, e se alguém está constantemente a reforçar essa ideia é provável que provoque uma reação verdadeiramente explosiva, principalmente se encontrar o fumador em fase de abstinência tabágica. O que verdadeiramente ajuda o fumador é uma atitude firme de não permitir que os não fumadores sejam submetidos à exposição passiva ao fumo e o reforço positivo de todos os esforços que o fumador faz para deixar de fumar.
O que recomenda: parar de fumar bruscamente ou ir reduzindo até parar?Os estudos feitos demonstram que a forma mais eficaz de lidar com qualquer dependência é parar completamente. É como “desligar” a dependência! Há muitos mitos sobre parar de fumar de repente: ouve-se muita gente dizer que não se pode fazer, que é muito perigoso, no caso das grávidas diz-se que faz muito mal ao bebé, mas nada disto é verdade! O que faz mal é fumar e a paragem abrupta desencadeia apenas a síndrome de abstinência de que já falei, a qual, se for muito difícil de tolerar, pode ser tratada. O tratamento dura em média 2 meses; o hábito de fumar, senão for interrompido, dura a vida toda.
O que recomenda a um fumador que quer deixar de fumar?Em primeiro lugar que aceite sem medo que tem uma dependência que precisa tratar. É por isso que não consegue deixar de fumar e não por ser fraco ou não ter força de vontade. Depois, recomendo que escolha um prazo para parar completamente de fumar, um prazo que deve ser curto. De seguida, deve decidir qual a estratégia que vai utilizar para parar de fumar. Se sentir que para parar de fumar precisa de ajuda, recomendo que o faça!
Gostaria de dar mais algum conselho aos fumadores?Não se zangue consigo, zangue-se com o cigarro!
fonte http://www.mediotejo.net/hoje-e-o-dia-do-ex-fumador-como-deixar-de-fumar-e-evitar-recaidas/

domingo, 24 de setembro de 2017

A razão e a paixão

A vossa alma é, muitas vezes, um campo de batalha em que a razão e o entendimento se encontra em guerra contra a paixão e o desejo.
Oh, pudesse ser eu o pacificador da vossa alma e transformaria a dissonância e a discórdia que em vós existem na união e na harmonia!
Mas como poderia eu fazê-lo, não sendo vós os pacificadores de vós próprios e não amando tudo o que em vós existe? A razão e a paixão são o leme e as velas da vossa alma que se faz ao mar.
Mas se as velas e o leme se desfizerem, só poderia andar à deriva ou ficar imóveis no alto mar.
Porque a razão, já de si, é uma força restritiva e a paixão sem limites é uma chama que, ao arder, provoca a sua própria destruição.
Por isso, deixai a alma inflamar a vossa razão até ao auge da paixão, até poder cantar.
E deixai que ela guie a vossa paixão com a razão que fará a paixão viver diariamente o seu renascimento, erguendo-se das próprias cinzas como o fénix. Desejaria poder ver no vosso entendimento e no vosso desejo nada mais que dois convidados que, com afeto, recebeis na vossa casa.

De O Profeta, Kahlil Gibran

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Curiosidades - Diminuir os pecados da carne

"Em 1642, o Papa publicou uma bula em que ameaçava com a excomunhão quem fumasse dentro das igrejas, referindo-se expressamente às missas dos sacerdotes que fumavam. Na América Latina houve padres, que fumavam alegremente durante a missa, que foram ameaçados com a «danação eterna». e apesar de, no século XVII, o tabaco ter sido considerado um pecado mortal para a Igreja Católica, continuou a fumar-se entre os membros do clero. Estes alegavam em sua defesa que fumar diminuía os pecados da carne, o que, trezentos anos mais tarde, veio a ser confirmado pela ciência, quando se verificou que a impotência é uma das consequências do consumo do tabaco."
Fonte:
Dahlke, Ruediger; O LIVRO DO FUMADOR - As razões Emocionais, Psicológicas e Espirituais do Vício,Editora Pergaminho SA, 1ª edição, fevereiro de 2012, ISBN 978-989-687-043-0

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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Portugal sobe nove lugares no ranking do combate ao tabagismo

Ficamos a meio da tabela, ainda há que ter cuidado, avisa perito europeu.



mburgo, que ainda são muito permissivos e pouco actuantes no combate ao tabagismo.

Falta inspecção ao cumprimento da lei

“São óptimas notícias. Portugal passou a ‘verde’ neste novo ranking, mas é um ´verde´ com cautela e temos que continuar com os nossos esforços para não voltarmos ao ‘vermelho’", comentou o presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro, Vítor Veloso, lamentando que não haja “inspecção” ao cumprimento da legislação de controlo do tabagismo em Portugal.
“É preciso que em Portugal [as pessoas] também se consciencializem que as leis não podem ser só escritas, têm de ser vigiadas”, acrescentou. O médico disse esperar que deste encontro resulte “um esforço conjunto para se conseguir melhorar a actuação em relação às tabaqueiras, que vão sempre à frente da legislação, sempre à frente da prevenção primária, vão sempre à frente dos fumadores”.
O tabaco é “um problema de saúde prioritário”, reconheceu o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que voltou a anunciar para o segundo semestre deste ano o reforço da Linha de Saúde 24, que passará a dispor de maior capacidade para apoio à cessação tabágica. “Em Portugal cerca de 30 pessoas morrem por dia [devido ao consumo de tabaco]”, recordou o governante, que se confessou preocupado com as desigualdades provocadas pelo tabagismo, porque “são os mais pobres e os mais vulneráveis que apresentam maiores consumos e menos motivação para deixar de fumar”.

As estratégias "sofisticadas" das tabaqueiras

Frisando que é imperativo envolver todos os sectores e a sociedade portuguesa no combate ao tabagismo, Adalberto Campos Fernandes chamou também a atenção para as estratégias da indústria tabaqueira, que são “cada vez mais sofisticadas e difíceis de controlar”.O ministro da Saúde recordou ainda que a Convenção Quadro da Organização Mundial de Saúde para o controlo do tabaco é “um documento de referência orientador”, que "vincula actualmente cerca de 180 partes e não pode ser descurado”.
Na qualidade de presidente honorária da Associação Espanhola contra o Cancro, a rainha de Espanha enfatizou que o tabaco é o único produto “legal à venda” que pode provocar a morte de "até metade" dos seus consumidores regulares. Sublinhando que qualquer quantidade é "nociva" e que "apenas é seguro não fumar", Letizia Ortiz aproveitou para deixar uma série de recomendações. "Não fumar, evitar o álcool e as comidas processadas, e praticar 30 minutos de exercício por dia, previne oito em cada 10 cancros, doenças cardiovasculares e diabetes", frisou.

Fonte:
https://www.publico.pt/2017/03/23/sociedade/noticia/portugal-sobe-nove-lugares-no-ranking-do-combate-ao-tabagismo-1766269