quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Nicotina - Droga?

"As receitas fiscais que o estado Alemão arrecadou em 1983 valeram nada menos do que 14 674 692 100 marcos alemães e ficaram ligeiramente abaixo do orçamento do Ministério da Saúde. Por outro lado, as contribuições ilegais da indústria do tabaco para os partidos políticos, que são conhecidas, não representam mais do que a ponta do icebergue. Em 1948, a maior empresa produtora de cigarros da Alemanha, a Reemtsma, foi condenada a pagar uma multa de 10 milhões de marcos alemães por ter financiado ilegalmente, mas de forma generosa, o Partido Nacional-Socialista - e Hermann Göring foi um dos beneficiados, tendo recebido pessoalmente 7 milhões de marcos. Em 1985, segundo se ficou a saber num processo de evasão fiscal movido à administração de Reemtsma, entre os anos de 1965 e 1980 saíram desta empresa cerca de 6 milhões de marcos para os cofres dos partidos democrata-cristão (CDU), liberal (FDP) e social democrata (SDP). Como, por outro lado, a maior parte das áreas ocupadas pelo cultivo do tabaco se encontra nos países mais pobres, onde escasseiam até os recursos alimentares, é aceite que só com a produção de drogas ilegais, como o ópio, a cocaína e a marijuana, é que se torna possível gerar maiores recursos económicos. Quem também desempenha um papel importante na política do tabaco são os 15 milhões de agricultores (em especial no Palatinado alemão) que vivem do tabaco. Só na Alemanha federal havia 140 mil postos de trabalho dependentes da indústria do tabaco. Mas também deve ter sido determinante o facto de quase 18 milhões de fumadores de alemães terem atingido, entretanto, a idade de votar.
Este terceiro elemento pode ajudar a esclarecer a discrepância entre os discursos políticos e as leis efetivamente aprovadas. Torna-se assim ainda mais fácil de compreender o motivo pelo qual a nicotina continua a não ser legalmente classificada como droga, apesar de ter um dos mais elevados potenciais de criação de dependência (superior até ao dos opiatos) e de gerar perigos para a saúde que são superiores aos de outras drogas. Aliás, os cigarros estão a salvo das determinações mais severas das leis aplicáveis aos produtos alimentares."

Fonte:
Dahlke, Ruediger; O LIVRO DO FUMADOR - As razões Emocionais, Psicológicas e Espirituais do Vício,Editora Pergaminho SA, 1ª edição, fevereiro de 2012, ISBN 978-989-687-043-0

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A História do Fumo

História do fumoO uso do tabaco é um hábito muito presente na vida diárias de um terço da população do mundo. Tem origem nas Américas, precisamente na América Central, nas proximidades da cidade de Tobaco, lugar que os colonizadores espanhóis viram pela primeira vez, a planta sendo usada pelos índios. Os índios utilizavam a planta para espantar mosquitos.  Em 1559, mudas da planta foram levadas para Espanha por um médico espanhol e posteriormente para Portugal. No ano de 1560, Jean Nicot, plantou no quintal de sua embaixada e usava as folhas em forma de rapé para dores de cabeça. Deve-se a ele a denominação de nicotina. Anos após, o fumo chegou à Itália e em 1585 na Inglaterra e na metade do século XVII, o hábito de fumar se alastrou na Europa e no mundo. Abriram-se muitos lugares que disponibilizavam o tabaco, e o hábito de fumar se tornou comum tão como hoje o cafezinho.
Antigamente, só fumavam os homens e mulheres de má reputação. A mulher honrada era considerada indigna se fumasse, considerado um crime que lesa a virtude feminina. Segundo Carvalho (2002), em virtude desta rápida difusão e a ocorrência de muitas doenças relacionadas ao hábito de fumar, ao decorrer da história foi proposto várias medidas antitabagistas drásticas, tais como:
- O tirano Murad IV, o Cruel, do Império Otomano, na primeira metade do século XVII percorria Constantinopla, disfarçado de fumante em crise de abstinência implorando por um pouco de fumo. Quando alguém atendia ao seu pedido, ele pessoalmente lhe cortava a cabeça. Estima-se que Murad IV tenha assassinado cerca de 25.000 fumantes em apenas 14 anos. – O soberano James I, que sucedeu a Elizabeth I no trono inglês, em 1603, supervisionava pessoalmente as sessões de tortura dos acusados de feitiçaria. A chamada “erva traiçoeira”, era usada pelos nativos não apenas por prazer, mas para prática da bruxaria na Europa. James I falava que: “Fumar é um costume repulsivo para os olhos, detestável para o olfato, daninho para o cérebro, perigoso para os pulmões”. (CARVALHO, 2002). – Urbano 8° publicou uma ordem que excomungava da igreja todos os que fumassem;
- Clemente 11° proibiu o uso do tabaco, só na igreja de São Pedro de Roma; e para os que contraviessem a este preceito seguia a excomunhão de Urbano 8º.
No século XVIII as proibições param, e, o uso do tabaco aumenta gradualmente. Com a Revolução Industrial, o cigarro passou a ser socialmente aceito, o que permitiu e facilitou o aumento da produção e consequentemente o aumento do hábito de fumar (SILVA, 2008). Nesta época verifica-se o fumo aliado ao charme feminino e acessório da masculinidade.
Ao longo do século XVIII, o uso do cachimbo ficou restrito às classes populares. O tabaco em pó (aspirado pelo nariz) foi o escolhido pelos nobres. A “pitada” (gesto de levar o tabaco ao nariz) tornou-se um sinal de elegância que ganhou também a aceitação por parte das mulheres, nos salões de beleza. os relatos da história mostram que o cigarro, também, pode ter sido inventado pelos índios, que enrolavam tabaco rasurado em folhas de outras plantas. Os europeus contribuem no aperfeiçoamento introduzindo o papel fino, os “papelitos”. O cigarro, o velho cigarrillo ou “tabaco de papel”, dominou o mundo, primeiro, enrolado pelos próprios fumantes, depois, a partir do início do século XX, pela versão industrial, empacotado.
Por Isabele Assunção- estagiária de psicologia do TratBem

terça-feira, 15 de agosto de 2017

CIGARRO ELETRÓNICO: MITOS E VERDADES

Uma equipa de cientistas japoneses concluiu, recentemente, que os cigarros eletrónicos são potencialmente dez vezes mais cancerígenos do que o tabaco convencional e que contém substâncias tóxicas como o formaldeído e o acetaldeído. Já em Londres, na Queen Mary University of London concluiu-se que, apesar dos efeitos do uso dos cigarros eletrónicos serem desconhecidos, parecem menos prejudiciais comparativamente aos convencionais. Mas afinal, o que se sabe sobre os efeitos dos cigarros eletrónicos no organismo e o que ainda falta apurar? Em entrevista à Prevenir, o médico oncologista António Araújo confirma-se esse universo de dúvida, mas alerta: "Do primeiro estudo referido não se pode concluir diretamente o número avançado. No entanto, o facto de se terem verificado que o cigarro eletrónico pode ser causador direto de cancro do pulmão pode servir para destruir uma falsa imagem de segurança". As empresas que comercializam o produto veiculam, porém, "certezas" bem diferentes. Alegação a alegação, o especialista desconstrói que é veiculado por algumas marcas.

«AJUDA A DIMINUIR O CONSUMO DA NICOTINA E A SUA DEPENDÊNCIA?»
Algumas marcas alegam, que ao usufruir de cigarros eletrónicos e e-líquidos com nicotina, está a compensar uma parte da nicotina que o seu organismo recebia enquanto fumava. Desta forma, atenua os sintomas de privação, permitindo-lhe concentrar-se sobre o aspecto social do consumo.
O que diz o especialista
«Errado. O consumo de cigarro eletrónico não ajuda a diminuir o consumo da nicotina nem a sua dependência, estando provado que não é uma ajuda para quem quer deixar de fumar. O que acontece é que os fumadores experimentam o cigarro eletrónico durante dois ou três meses e regressam ao consumo de cigarros tradicionais. Além disso, o seu consumo pode induzir o consumo de nicotina nos mais jovens, devido à imagem de não perigosidade para a saúde e a uma imagem de moda associado ao uso do cigarro eletrónico.»

«A NICOTINA INCLUÍDA NOS LÍQUIDOS TEM 95% DE PUREZA»
Alguns fabricantes fazem alusão à alta qualidade dos seus ingredientes - não só a nicotina, mas também a glicerina e o propilenoglicol-, garantindo a segurança dos produtos que comercializam.
O que diz o especialista
«A nicotina é um químico que causa habituação, sendo o principal responsável pela adição do tabaco. Por isso a questão não é saber se a nicotina presente no cigarro eletrónico é ou não "pura", mas sim qual a sua concentração, que ainda não se encontra regulamentada, bem como de outras substãncias presentes nestes dispositivos. Cada marca pode introduzir os produtos que desejar, quer em termos de substâncias aditivas, de essências de sabor ou outros produtos que podem ser eventualmente cancerígenos.»

«OS AROMAS UTILIZADOS NÃO APRESENTAM PERIGOS DE TEOR CANCERÍGENO»
A utilização exclusiva de aromas naturais e artificiais conformes as normas vigentes na UE serve de alegação para algumas marcas.
O que diz o especialista
«Estes aditivos, que tornam mais agradável o consumo do cigarro eletrónico, podem causar irritação ocular e respiratória e terem efeitos deletérios sobre a gravidez. Constituem, assim, um potencial risco para a saúde do indivíduo.»

«O E-CIGARRO É MENOS NOCIVO PARA A SAÚDE DO QUE O CIGARRO CONVENCIONAL»
O facto de o tabaco convencional ter cerca de 4000 produtos químicos e destes, 100 deles serem tóxicos e 69 serem cancerígenos serve de argumento, para algumas marcas, para a inocuidade do cigarro eletrónico.
O que diz o especialista
«O aparecimento do cigarro eletrónico é ainda muito recente, pelo que ainda não sabemos exatamente todos os seus efeitos no organismo a médio e a longo prazo. Este facto é ainda aumentado por ainda não haver regulamentação sobre a sua fabricação e consequentemente, cada marca pode introduzir os produtos que desejar. O que hoje se sabe é que o cigarro eletrónicoé, pelo menos, tão prejudicial à saúde quanto o cigarro tradicional. Por isso, deve ser proibida a sua venda a menores, desaconselhado o seu uso em grávidas e esclarecer que o seu consumo não ajuda à cessação tabágica.»

« O SEU CONSUMO NÃO PREJUDICIAL AOS FUMADORES PASSIVOS»
Enquanto que o vapor libertado pelo cigarro eletrónico tem uma vida útil de 11 segundos, o fumo do tabaco convencional permanece no ar 20 minutos, alegam os comerciantes, argumentando que o uso do cigarro eletrónico põe fim ao tabagismo passivo.
O que diz o especialista
«Está provado que o aerossol do cigarro eletrónico contém substâncias cancerígenas e irritantes, o vapor libertado é também tóxico para quem está em seu redor.
A toxicidade de um aerossol não ser mede pela sua vida útil, mas pela quantidade de substâncias perigosas que contém. Por isso, o seu consumo tem vindo a ser reconhecido como perigoso para a saúde de quem está ao lado de um consumidor e proibido em diversos locais, fechados, como os aviões.»

« O VAPOR NÃO TEM ALACATRÃO, NEM MONÓXIDO DE CARBONO...»
Nem amoníaco, susbtâncias radioativas, produtos cancerígenos, cianeto, afirmam os comerciantes.
O que diz o especialista
«O cigarro eletrónico é ainda recente e a sua composição varia conforme o fabricante, pelo que se torna difícil conhecer já todos os efeitos na saúde do indivíduo. Há ainda muito a estudar sobre este assunto.»
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SUBSTÂNCIAS

O QUE ANDA A FUMAR?
O uso do cigarro eletrónico implica a inalação, através do aerossol, de substâncias nocivas, presentes no líquido do cigarro eletrónico. Muitas delas são cancerígenas, além de produzirem irritação ocular e respiratória, refere o médico oncologista.


  • GLICERINA Também apelidada de glicerol, parece não provocar efeitos adversos à saúde mas os efeitos por via inalatória são pouco conhecidos.
  • NICOTINA É uma droga psicoativa que gera, sobretudo, dependência física e psíquica, sendo responsável pela adição ao tabaco e provocando sensações desconfortáveis na abstinência. Em excesso, é extremamente tóxica: provoca náuseas, dor de cabeça, vómitos, convulsões, paralisia e até a morte.
  • PROPILEGOGLICOL É usado para produzir vapor e carregar sabor e aroma ao cigarro eletrónico. Não causa sensibilização e não apresenta qualquer evidência cancerígena, contudo pode provocar alergias. 
  • FLAVORIZANTES Substâncias (naturais e sintéticas) que conferem aromas caraterísticos. São habituais na indústria alimentícia e farmacêutica mas o seu uso por via inalatória não está bem estudado.
  • ÁCIDO MÁLICO É um regulador de densidade e acidez. são pouco conhecidos os seus efeitos nos pulmões quando inalados.
  • FORMALDEÍDO Substância cancerígena também presente no cigarro convencional.
Fonte: Revista prevenir págs 30,31 e 32, janeiro 2015

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Porque envelhecemos?

Imagine o seu organismo como uma fábrica, composta por vários funcionários. sempre que um deles reforma, entra outro. Até que um dia o organismo deixa de conseguir "contratar" novos colaboradores. O que acontece à fábrica? Produz menos e até deixa de funcionar. O mesmo acontece no nosso organismo: à medida que a idade avança, a taxa de renovação celular vai diminuindo até atingir um limite que não é simultâneo para todas as células, "as da Pele" por exemplo, envelhecem mais cedo, isto é atingem mais facilmente esse limite, que pode ser mais ou menos precoce, maior ou menor, em função do nosso "estilo de vida", reforça Luis Romariz, médico especialista em medicina antienvelhecimento. "A origem do envelhecimento é multifactorial, mas o estilo de vida influenciá-lo-á em cerca de 70 a 80 por cento" diz Manuel Pinto Coelho, médico especialista em medicina antienvelhecimento.

O QUE NOS ENVELHECE?
Ao contactarem com o oxigénio, as células sofrem alterações, dando origem à oxidação. Deste processo, resultam radicais livres, moléculas que estão na origem do envelhecimento. Estes são alguns dos seus agentes:

Sol
É essencial para a vitamina D, mas o excesso, promove a oxidação das estruturas da pele.
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Tabaco
As substâncias oxidantes a que dá origem espalham-se pelo organismo, lesando as membranas celulares.
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Álcool
Quando o fígado o processa, é obrigado a fabricar radicais livres.
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Poluição, Stresse adrenérgico, Açúcar, Gordura má, Inflamação silenciosa, Desequilíbrios hormonais, Resistência à insulina, Stresse oxidativo ..
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Fonte: Revista prevenir pág 115, junho 2016