quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O tabaco e a maternidade

 

Continuando a fumar, as futuras mães atentam gravemente contra a saúde dos seus filhos, pois reduzem com isso a quantidade de sangue e oxigénio que lhes fornecem.

Com efeito, o tabaco tem efeitos vasoconstritores, isto é, faz diminuir o calibre das artérias, especialmente o das que irrigam a placenta. Há nesse facto um grave risco de poluição fetal. Um único cigarro faz com que o coração do feto bata com 10 a 20 pulsações a mais por minuto. Já está verificado que um filho de fumadora apresenta atrasos psicomotores em relação aos filhos das mulheres que não fumam. O tabaco é responsável por 20% dos abortos espontâneos. A placenta não filtra a nicotina nem os demais tóxicos, de modo que uma mulher grávida que fume comunica à criança que traz em gestação a totalidade dos tóxicos que absorve.

                                    https://placentasagrada.wordpress.com/o-que-e-a-placenta/



A percentagem média de óxido de carbono no sangue é particularmente eloquente: 1,2% na mulher que não fuma e 0,7% no respetivo feto – em comparação com 8,3% na mulher que fuma e 7,3% no feto. O resultado são abortos espontâneos ou nascimentos prematuros (que podem prejudicar o desenvolvimento psicomotor da criança). Se a gravidade continuar até ao seu termo normal, a criança nascerá com peso inferior ao normal e terá maior risco de morte pré-natal: por exemplo, 4500 mortes nos Estados Unidos e 1500 em Inglaterra são imputáveis todos os anos ao uso do tabaco pelas mães. As estatísticas francesas apresentam 28% nado-mortos quando as mães continuam a fumare 8% no caso contrário.

O risco de parto hemorrágico é também maior. E, o que é mais grave, sabe-se de fonte segura que são mais frequentes os casos de lábio leporino e de fendas palatais nas crianças nascidas de mães fumadoras.

Em certos países, como, por exemplo, no Japão, a simples presença de uma mulher grávida num lugar público equivale a uma proibição geral de fumar.



https://observador.pt/2015/06/21/ate-deve-amamentar/

Se a leitora está a amamentar, tome cuidado. A nicotina também passa para o leite. Há que evitar fumar para poupar a criança. A atmosfera carregada de fumo é um verdadeiro veneno também para as mucosas em formação das crianças. Quando elas respiram o fumo, ficam mais expostas a contrair afeções respiratórias e bronquites crónicas: rinofaringites, sinusites, bronquites recidivantes e de efeitos esgotantes, quer para as pequenas vítimas quer para os seus pais.”

Fonte: Roger, Jean Luc; Como Deixar de Fumar; Publicações Dom Quixote, 1984, 71308

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Dois tipos de sono - NREM e REM

 

“Embora já todos tenhamos registado o facto de que alguém está a dormir, ou de que estivemos a dormir, a verificação científica padrão de sono exige o registo de sinais, através do uso de elétrodos, emitidos por três regiões distintas: (1) atividade das ondas cerebrais, (2) atividade dos movimentos oculares, e (3) atividade muscular. Coletivamente, estes sinais são catalogados com o termo «polissonografia» (PSG), que significa uma leitura (graph) do sono (somnus) feita a partir de vários sinais (poly).



https://www.upcare.pt/exames-medicos/polissonografia

Foi através do uso desta coleção de medidores que em 1952 foram feitas as maiores descobertas em toda a pesquisa sobre o sono na Universidade de Chicago por Eugene Aserinsky (na altura aluno ainda em formação) e pelo Professor Nathaniel Kleitman, famoso pela experiência da Caverna Mammoth.

Aserinsky andava a documentar cuidadosamente os padrões do movimento ocular de crianças humanas durante o dia e durante a noite. Reparou que havia períodos de sono em que os olhos se agitavam rapidamente de um lado para o outro por baixo das pálpebras. Mais do que isso, estas fases de sono pareciam sempre ser acompanhadas por uma atividade extraordinária das ondas cerebrais, quase idênticas às observadas num cérebro acordado. Intercalados entre estas fases de sono mais ativo, pareciam existir períodos de sono mais longos em que os olhos se acalmavam e sossegavam. Durante estes períodos de tempo quiescentes, as ondas cerebrais também abrandavam a sua atividade, ondulando lentamente.

Como se isto não fosse suficientemente estranho, Aserinsky observou que ambas as fases de sono (sono com movimento ocular e sono sem movimento ocular) se repetiam inúmeras vezes num padrão moderadamente regular ao longo da noite.

Com um ceticismo clássico próprio de um professor, o seu mentor, Kleitman, quis ver os resultados reproduzidos antes de considerar a sua validade. Com a propensão que já tinha para incluir os seus entes mais queridos nas suas próprias experiências, escolheu então a sua filha mais pequena, Ester, como sujeito desta investigação. As descobertas confirmaram-se. Neste instante, Kleitman e Aserinsky aperceberam-se da descoberta fundamental que tinham acabado de fazer: os humanos não se limitam a dormir, mas oscilam entre dois ciclos de sono muito distintos. Nomearam as duas fases de sono de acordo com a definição das suas caraterísticas oculares: sono com movimento não rápido do olho, ou NREM, e sono com movimento rápido do olho, ou REM.

Juntamente com a assistência de outro aluno de Kleitman, William Dement, Kleitman e Aserinsky demonstraram ainda que o sono REM, no qual a atividade cerebral é quase idêntica à que registamos quando estamos acordados, estava intimamente ligada à experiência a que chamamos sonhar e que é muitas vezes descrita como sonho profundo.


https://www.salud180.com/salud-dia-dia/3-excelentes-puntos-para-dormir-profundamente

O sono NREM foi profundamente examinado nos anos subsequentes e dividido entre quatro fases distintas, com o nome pouco imaginativo de fase 1 a 4 do sono NREM, consoante a sua profundidade (nós, os investigadores do sono, somos pessoas muito criativas). Assim as fases 3 e 4 são as fases do sono NREM mais profundas que experimentamos, sendo que a «profundidade» é definida pela dificuldade em acordar um individuo que esteja nas fases 3 e 4 do sono NREM comparada com a dificuldade em acordá-lo das fases 1 e 2.”

Fonte: Walker, Matthew; Porque dormimos?; Men’s Journal, fevereiro 2019, 978-989-8892-25-6 Pág 52 a 54

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Alimentos para combater a ansiedade – spirulina e levedura de cerveja

 

"Spirulina

É  uma alga que se desenvolve em lagos de água doce e deve ao seu nome à sua forma espiral. Esta alga, devido às suas propriedades terapêuticas, já é utilizada pelos seres humanos há milhares de anos, desde tribos africanas aos aztecas no continente americano.

Esta alga é muito interessante sobre o ponto de vista nutricional uma vez que contém proteínas de elevado valor biológico, vitaminas do complexo B e outras, ómega 3, diversos minerais, oliogoelementos e antioxidantes.

Pode ser utilizada em batidos, misturada em iogurtes ou outros alimentos e ainda sob a forma de cápsulas. É muito importante nas patologias relacionadas com o sistema nervoso, mais precisamente no burn out, fadiga, stress e ansiedade uma vez que irá combater possíveis estados de desnutrição, sobretudo quando existe carência de vitaminas, minerais e oliogoelementos. Funciona também como agente quelador de metais pesados, fixando-se a estes e ajudando na sua eliminação.


https://sutacosmetic.com/superalimentos-3-aliados-da-saude-e-beleza/


Levedura de cerveja

É uma das leveduras que se formam durante o processo de fabricação da cerveja e que é usada desde a antiguidade para tratar diversas patologias, tais como o cansaço e o nervosismo, funcionando como um multivitamínico e remineralizante.

Num estudo recente descobriu-se que a levedura de cerveja traz muitos benefícios aos pacientes sujeitos a radioterapia uma vez que reduz os seus efeitos secundários indesejáveis, bem como a perda de apetite e a anemia.

Para além disso, pode ser utilizada cem caso de afeções do fígado, problemas de pele, tonificação geral do organismo e anorexia nervosa.

 A sua ação terapêutica deve-se à sua composição de nutrientes dos quais destaco os seguintes: vitaminas do complexo B, incluindo B12, que é uma das fontes naturais mais ricas neste complexo, vitamina D, selénio, crómio, ferro, fósforo e ácido alfa-lipoico (um poderoso antioxidante).

Não deve ser tomada por pessoas que sofram de gota, uma vez que produz ácido úrico, ou ainda por quem  tenha cálculos ou insuficiência renal. Nalguns casos, pode criar gases intestinais.

A dose diária varia entre as seis a vinte gramas por dia. Deve-se iniciar com uma dose pequena (seis gramas) e ir aumentando gradualmente. Não é recomendável tomar continuamente. Considero que se deve tomar durante 30 dias e parar, sendo que se pode repetir a cada estação.

A melhor forma de tomar a levedura em cerveja é em pó ou em flocos. Pode ser misturada com outros alimentos tais como sumos de fruta, iogurte ou sopa. A melhor hora para tomar a levedura de cerveja é ao pequeno-almoço. Deste modo começará o dia cheio de energia e vitalidade. Em alternativa também pode tomar em cápsulas, imediatamente antes do pequeno-almoço.

 


https://www.tuasaude.com/beneficios-da-levedura-de-cerveja/

 

 

 

Fonte: Bravo, João; Burn Out; Casa das Letras, setembro 2019 2ªedição, 978-989-780-109