domingo, 3 de março de 2024

Portugal na cauda da Europa na prevenção do tabagismo

 

Foi apresentada no passado dia 2 de dezembro, no Instituto Catalão de Oncologia, Centro Colaborador da OMS, em Barcelona, a Escala de Controlo do Tabaco atualizada para 2021 (TCS, tobacco control scale).

Este novo ranking descreve as políticas públicas de controlo de tabagismo implementadas em 37 países no ano de 2021 (27 países da União Europeia, Bósnia e Herzegovina, Islândia, Israel, Noruega, Rússia, Sérvia, Suíça, Ucrânia, Reino Unido e Turquia).

A Irlanda, o Reino Unido e a França lideram o ranking enquanto a Sérvia, a Suíça e a Bósnia e Herzegovina apresentam os resultados mais baixos. Portugal está em 30.º lugar nesta lista tendo descido 10 posições comparativamente ao relatório anterior, publicado em 2019.

Estas políticas são recomendadas pela Convenção Quadro de Controlo de Tabaco da OMS, nomeadamente o aumento de preço através da taxação do tabaco; proibição abrangente de fumar em locais públicos; melhor informação ao consumidor, incluindo campanhas públicas de informação, cobertura dos media e divulgação de resultados de estudos; proibições abrangentes da publicidade e da promoção de todos os produtos de tabaco, logotipos e nomes de marcas; advertências de saúde grandes e impactantes nas embalagens dos produtos de tabaco; tratamento para ajudar os fumadores a cessar, incluindo maior acesso a medicamentos.

Pela primeira vez, a TCS inclui a interferência da indústria do tabaco na implementação das políticas nos diversos países, usando um índex objetivo desenvolvido por investigadores da Universidade Inglesa de Bath.

De facto, a OMS considera a interferência da indústria do tabaco na negociação política e na implementação das medidas de controlo de tabaco como a principal barreira a combater para se conseguir uma implementação robusta destas políticas.

Esta Escala de Controlo de Tabaco foi criada em 2006, por Luk Joossens, da ONG Europeia Smoke Free Partnership (SFP) e Martin Raw, Diretor do International Centre for Tobacco Cessation.

Baseia-se em seis estratégias para prevenir e controlar o consumo de tabaco estudadas como as mais custo-efetivas pelo Banco Mundial, e que são usadas para avaliar o nível de implementação das políticas de controlo de tabagismo em cada país.

As pontuações podem ir até aos 100 pontos e são determinadas usando dados validados disponíveis em estudos científicos ou relatórios credenciados, além de informação providenciada por peritos nacionais. 



https://www.idealista.pt/news/financas/economia/2022/04/05/51678-quanto-custa-um-maco-de-cigarros-em-portugal-e-quanto-se-gasta-por-ano

Por apresentar menos de 50 pontos na TCS, Portugal é um país a necessitar urgentemente de acelerar a implementação de políticas de controlo de tabaco, a começar por uma política abrangente de espaços públicos sem tabaco, sem exceções e com a devida fiscalização e monitorização.

No lançamento da TCS 2021, em que estiveram presentes representantes da OMS, Portugal foi ainda destacado como um mau exemplo de políticas públicas de controlo de tabagismo, apesar de ter ratificado a Convenção-Quadro de tabagismo da OMS, avançando apenas quando são impostas medidas vinculativas da União Europeia.

Ranking

A Irlanda e o Reino Unido são os países com maior pontuação (ambos 82 em 100 pontos), juntamente com a França, que ocupa o terceiro lugar, com 71 pontos.

Estes países estão no bom caminho no que diz respeito à implementação de medidas para controlo do tabagismo: por exemplo, a Irlanda tem os preços do tabaco mais altos da Europa (15,40€ um maço de Marlboro, em 2022).

No lado oposto, a Suíça e a Bósnia e Herzegovina são os países com a pontuação mais baixa (respetivamente, 35 e 25 pontos). A Suíça, por exemplo, está sob forte influência das empresas de tabaco e não consegue fazer progressos na tributação do tabaco ou no apoio à cessação tabágica. Entre os países que melhoraram significativamente o controlo de tabagismo estão a Holanda e a Dinamarca (+9 pontos).

Isto deve-se, principalmente, ao aumento consistente dos impostos, à implementação da proibição da exibição dos produtos de tabaco em montras visíveis nos locais de venda, e à adoção de embalagens de tabaco “brancas ou simples”, i.e., sem cores,  logotipo ou design da marca.

Onze países (Reino Unido, França, Irlanda, Noruega, Turquia, Eslovénia, Bélgica, Israel, Hungria, Holanda e Dinamarca) já adotaram e implementaram legislação para maços e embalagens de tabaco sem qualquer design de marca, enquanto a Finlândia implementará embalagens simples em 2023.

“Os maços de tabaco simples já existem em mais de dez países europeus e devem ser o padrão para todos os países da região europeia”, afirma Luk Joossens, principal autor do relatório.

O documento destaca a falta de financiamento para o controlo do tabagismo, intensificada pela pandemia por COVID-19.

“Nenhum dos 37 países gasta 2€ per capita no controlo do tabagismo e alguns países testemunharam mesmo uma redução no financiamento”, afirmou o Dr. Esteve Fernández, diretor do WHO Collaborating Centre on Tobacco Control, no Instituto Catalão de Oncologia e coautor do relatório. A interferência da indústria do tabaco continua a ser o principal problema que impede os países de fazer progressos significativos no controlo do tabagismo.

“Aumentar os impostos sobre os produtos do tabaco é uma das estratégias mais eficazes para proteger os jovens contra o tabaco, mas os impostos e os preços em alguns países são muito baixos.

A próxima revisão da diretiva sobre a tributação do tabaco é fundamental para garantir o aumento dos impostos”, disse Lilia Olefir, Diretora da Smoke Free Partnership.



https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/portugal-na-cauda-da-europa-na-prevencao-do-tabagismo

Como regular o teu relógio biológico para um sono melhor e mais energia

 A Nike, Inc. é uma multinacional americana que se dedica ao design, desenvolvimento, fabrico, marketing e vendas mundiais de calçados, vestuário, equipamentos, acessórios e serviços, mas não só, no seu site também podemos encontrar informações sobre saúde, como é o caso deste artigo que passo a transcrever. 

Descobrir a hora do dia ideal para treinar e comer pode melhorar o teu sono e o teu desempenho.

Nem todos temos um ritmo circadiano de exatamente 24 horas. O teu pode ser de 23 ou 25. Alguns relógios biológicos funcionam num ciclo muito mais curto de 20 horas. Isto explica por que motivo algumas pessoas funcionam melhor de noite, outras preferem acordar cedo e algumas sentem-se permanentemente cansadas.

Afinal há uma explicação genética.

Toda as pessoas têm um relógio central que comunica com todos os relógios individuais dentro do corpo (nos músculos, no fígado, no estômago, etc.) que horas são com base no ciclo de 24 horas da Terra e como agir conforme a hora. Cada um desses relógios é regulado por proteínas de relógio, incluindo uma importante chamada proteína PER. Quando essa proteína não está sincronizada, pode fazer com que o teu relógio funcione num ritmo comum de 23 horas ou num ritmo ainda mais comum de 25 horas. Os investigadores de várias universidades, incluindo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (UCSC), descobriram recentemente que pessoas com certas mutações genéticas numa enzima (chamada caseína quinase 1) podem até ter um relógio que funcione num ritmo de 20 horas.

Embora as pessoas que funcionam nestes horários ainda obtenham, normalmente, o ideal de sete ou mais horas de sono, um ritmo circadiano interrompido, ou que não esteja em sintonia com o dia e a noite da Terra, está associado a uma série de problemas de saúde. Qual a lógica? O teu relógio tenta alinhar-se com a Terra sozinho, mas se o teu ciclo for muito mais curto, nunca conseguirás recuperar totalmente, criando uma desorganização a nível molecular. "É como viver permanentemente com o cansaço do jet lag", afirma Carrie Partch, doutorada, professora associada do Departamento de Química e Bioquímica da UCSC e autora principal do estudo.

A boa notícia é que os cientistas acreditam que esta variante genética que faz com que as pessoas vivam num relógio de 20 horas é rara (aproximadamente, uma num milhão). Só as pessoas que se deitam por volta das 19:00 e acordam por volta das 04:00, mesmo aos fins-de-semana, provavelmente a têm. É uma variação inata e que pode afetar o teu ciclo de sono, mesmo durante a infância, embora possas não te aperceber até à tua adolescência ou mais tarde, quando tens mais controlo sobre a tua hora de dormir.



"O teu estilo de vida, principalmente quando treinas e comes, pode ser modificado para mudar a fase (ou as definições de hora) dos teus relógios biológicos para que o pico seja adiantado ou atrasado, dependendo do teu objetivo."

Karyn Esser, doutorada, professora e diretora associada do programa do Instituto de Miologia da Universidade da Florida

"Ter um relógio muito mais curto significa que a tua libertação de melatonina, que avisa o teu corpo que são horas de dormir, atinge o pico muito mais cedo, por isso sentes-te cansado muito antes do que é suposto," afirma Partch. "Depois, acordas ainda antes de o dia começar."

Quer o teu relógio seja curto ou longo, não tens de deixar que o seu tiquetaque controle o teu ritmo. "O teu estilo de vida, principalmente quando treinas e comes, pode ser modificado para mudar a fase (ou as definições de hora) dos teus relógios biológicos para que o pico seja adiantado ou atrasado, dependendo do teu objetivo", afirma Karyn Esser, doutorada, professora e diretora associada do programa do Instituto de Miologia da Universidade da Florida e investigadora principal da relação entre os ritmos circadianos e o músculo esquelético.

A investigação sobre a relação entre os relógios biológicos e o treino ainda está em curso. Mas se te sentes sem energia por volta das 20 horas, por exemplo, provavelmente beneficiarias mais de um treino à tarde. Isto porque o exercício pode mudar os teus relógios biológicos, o que pode atrasar o desencadeamento da melatonina, explica Esser. Se tiveres dificuldades em adormecer antes da meia-noite, uma sessão matinal, de preferência ao ar livre, deve alinhar os teus sinais circadianos para que o sono comece mais cedo. "A vantagem é que os relógios dos músculos reagem bem ao exercício e podem ajustar-se ao programa de treino que definires, pelo que os músculos se habituam a quaisquer alterações de programação", afirma. "À medida que o fazem, terão um melhor desempenho, pelo que deverás ver resultados semelhantes ou até mesmo melhores".

Independentemente do teu relógio pessoal, também deves tomar o pequeno almoço, almoçar e jantar dentro de um período de 10 horas que melhor corresponda às horas de luz solar, acrescenta Partch. A exposição à luz natural, logo que acordas, e a limitação aos ecrãs de luz azul (telemóvel, televisão e computador portátil) depois de escurecer, para minimizar a interrupção da melatonina, também ajudam.

"Há muito mais para aprender, mas é fascinante saber que todos nós funcionamentos de acordo com o nosso próprio relógio, que controla praticamente tudo nos nossos corpos", afirma Partch. Quanto mais atenção prestares ao teu, mais provavelmente sentirás um maior controlo sobre quando acordas, comes, treinas, dormes ou o que quer que queiras fazer com o teu tempo.

Data de publicação original: 21 de agosto de 2020

https://www.nike.com/pt/a/regula-relogio-biologico-sono-melhor

Nutrientes que melhoram a microbiota_ aminoácidos e os hidratos de carbono complexos

 

No seguimento do artigo anterior, iremos indicar e explicar quais os nutrientes mais indicados para a melhoria da nossa microbiota – este mês sobre os aminoácidos e os hidratos de carbono complexos.  Transcrição do livro “Não é Loucura, É Ansiedade” da Sophie Seromenho.

 

Aminoácidos

Aumentar a ingestão de certos aminoácidos pode melhorar o seu humor e o comportamento.

Comer alimentos ricos em glutamina pode ajudar a diminuir a fadiga e melhorar o funcionamento mental (está presente no espinafre cru e na salsa crua); a histidina (presente em arroz , no trigo e no centeio) pode melhorar/aumentar a perceção de prazer; a metionina (existente no feijão, ovos, peixe, alho, lentilhas, cebola, soja, sementes e iogurte) aumenta a força muscular; a taurina reduz as palpitações cardíacas, pelo que é aconselhável comeres mais ovos, peixe e carne; o triptofano é essencial na produção de serotonina para combater sintomas depressivos e insónia e estabilizar o humor (encontra-se no queijo, no peru, no arroz selvagem, no queijo cottage e na proteína de soja).

Por último, a l-teanina, sobretudo no chá verde, estimula a produção de ondas alfa no cérebro, à semelhança do que acontece durante a meditação profunda. O chá verde tem a capacidade de acalmar e manter o foco em simultâneo, de modo a aprimorar a tua capacidade de aprendizagem. Este aminoácido compara-se favoravelmente ao efeito calmante do Xanax, uma benzodiazepina muito utilizada em casos de ansiedade e insónia, com efeitos colaterais, incluindo a adição.

 

https://blog.vhita.com.br/aminoacidos-essenciais/


Hidratos de carbono complexos

Para funcionar o teu cérebro precisa de açúcar natural (glicose) de baixo índice glicémia, uma vez que é a glicose que vai ser queimada e utilizada como combustível. Grande parte dessa forma de açúcar é derivada de alimentos com hidratos de carbono complexos: cereais, aveia, cevada, pão integral, batata-doce, vegetais, frutas (especialmente toranja, papaia, quivi e frutos vermelhos), massas e arroz integral.

Os hidratos de carbono complexos são ricos em fibras (que contém pré-bióticos). Estas, por sua vez, exercem uma forte influência na composição da microbiota intestinal e, consequentemente, no metabolismo fermentativo intestinal, ajudando a regular o pH nos intestinos. Além disso, os hidratos de carbono complexos também aumentam os níveis de bactérias benéficas (probióticos), ajudam a controlar a glicemia no nosso sangue e a regular o nosso humor ao longo do dia.

 

https://diabeteslehti.diabetes.fi/sv/2020/12/15/fokus-pa-kolhydrater-och-fibrer/

Continuaremos na próxima newsletter.