domingo, 4 de dezembro de 2022

Perda de Sono e metabolismo: Diabetes e Aumento de Peso

 

Quanto menos dormir , mais probabilidade tem de sentir vontade de comer.

Além disso, o seu corpo deixa de conseguir gerir suficientemente as calorias, principalmente a concentração de açúcar no sangue.

A existência da diabetes perturba o sono, ou é o sono que perturba a capacidade de o corpo regular o açúcar no sangue, logo provocando diabetes?

Para responder a esta pergunta, os cientistas tiveram de conduzir experiências cuidadosamente controladas com adultos saudáveis que não tinham indícios de diabetes nem de excesso de açúcar no sangue. No primeiro, destes estudos, os participantes foram limitados a 4 horas de sono ao longo de um período de seis noites. Quando a semana chegou ao fim, estes (anteriormente saudáveis) participantes apresentavam um nível de 40% inferior na capacidade de absorção de uma dose normal de glucose, quando comparados com os participantes que dormiram as noites completas.

Como é que a falta de sono toma de assalto a capacidade de o corpo controlar efetivamente o nível de açúcar no sangue? Será através de um bloqueio da libertação de insulina, que retira a instrução essencial para as células absorverem a glucose? Ou as próprias células tornam-se incapazes de reagir perante a mensagem habitual e outra forma presente da insulina?



https://www.dn.pt/sociedade/dormir-mal-pode-aumentar-risco-de-desenvolver-diabetes-4883658.html

Como viemos a descobrir, ambas as hipóteses são verdadeiras, embora  as provas mais convincentes apontam para esta última suspeita.

 Ao retirarmos pequenas amostras, ou biópsias, dos participantes no fim da experiência descrita, conseguimos examinar como funcionam as células do corpo. Depois de os participantes terem visto o seu sono restringido a quatro ou cinco horas durante uma semana, as células destes indivíduos cansados tornam-se muito menos recetivos à insulina. Neste estado de privação de sono, as células resistem obstinadamente à mensagem da insulina e recusam-se a abrir os seus canais superficiais. As células começaram a repelir em vez de absorverem os níveis perigosamente altos da glucose. Os escoadouros da beira da estrada estavam efetivamente fechados, o que deu origem a um aumento do nível da maré de açúcar e a um estado pré-diabético de hiperglicemia.

A diabetes rouba dez anos de esperança de vida aos pacientes.

A privação crónica do sono é atualmente reconhecida como um dos fatores que mais contribuem para o aumento da diabetes tipo 2 nos países do Primeiro Mundo.

E esta é uma contribuição perfeitamente evitável.

 

Fonte: Walker, Matthew; Porque dormimos?; Men’s  , fevereiro 2019, 978-989-8892-25-6 Pág 188 à 191

Um ataque de pânico e uma crise de ansiedade são a mesma coisa?

 Embora estes termos sejam utilizados como sinónimos, representam tipos de crises distintas.

Quando se manifestam, ambas as crises enviam mensagens ao sistema nervoso que ativam o nosso instinto de «lutar, congelar ou fugir», necessário para quando enfrentamos uma ameaça ou situação perigosa.

Nesse processo, ocorre uma descarga de cortisol e adrenalina no organismo e uma série de respostas do corpo físico, como o tensionamento dos músculos, o aumento dos batimentos cardíacos, a aceleração da respiração, entre outras.

Normalmente acontecem perante situações corriqueiras que não apresentam ameaça alguma à vida, segurança, ou bem-estar individual. No entanto, para a pessoa ansiosa ou em pânico, estas são intimadoras ou assustadoras.

As principais diferenças entre uma crise de ansiedade e uma de pânico estão na causa e na forma como os sintomas são percebidos.

Enquanto o ataque de pânico aparece quase de forma espontânea, a crise de ansiedade acontece depois de um período de preocupação excessiva por causa de um acontecimento ou situação específica.

Na crise de ansiedade, as pessoas têm dificuldade em pensar logicamente sobre um acontecimento que está para acontecer e passam longos períodos de tempo a sofrer por antecipação. No ataque de pânico, que acontece inesperadamente, isto não se verifica.

Os sintomas de crise de ansiedade são tipicamente de menor intensidade do que os da crise de pânico. No caso de ataque de pânico, os sintomas são extremamente intensos mas desaparecem numa questão de minutos (dependendo do caso, pode levar mais ou menos tempo); na ansiedade são mais brandos mas persistem por longos períodos de tempo.

Quando os sintomas são percebidos, a primeira coisa é procurar ajuda.

A primeira experiência de uma crise de ansiedade ou de um ataque de pânico pode ser facilmente confundida com um ataque cardíaco.



https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/03/19/qual-e-a-diferenca-entre-sindrome-do-panico-e-crise-de-ansiedade.htm

É necessário uma avaliação médica para despiste de outras causas para o que aconteceu.

Algumas pessoas podem alegar não sofrer de ansiedade e pânico mesmo após terem tido uma crise.

A verdade é que qualquer pessoa, independentemente de possuir uma perturbação mental, pode ter uma crise de ansiedade e/ou ataque de pânico. Isto acontece, contudo, somente em situações de muito stresse.

Quando os sintomas de crise de ansiedade e pânico se manifestam no dia a dia, em circunstâncias corriqueiras e que fazem parte da rotina da pessoa, é um sinal de que a sua saúde mental precisa de cuidados.

 

Seromenho, S. (2022). Não é Loucura, é Ansiedade - Primeiros Socorros para Combateres a Doença do Século. Lisboa: Contraponto.

A importância do cálcio e porque o tabaco influencia a saúde oral

 

O cálcio é essencial para a formação, o crescimento e a boa saúde dos ossos, mas também para outras funções do organismo.

O consumo aconselhado varia em função da idade, rondando os 800 miligramas por dia para os adultos, incluindo grávidas e lactentes, e cerca de metade para crianças entre 1 e 3 anos.



https://www.conquistesuavida.com.br/noticia/calcio-e-vitamina-d-entenda-como-os-dois-ajudam-a-manter-ossos-e-dentes-fortes_a11383/1

É nos ossos e nos dentes que se encontra a quase totalidade do cálcio do nossos organismo.

O corpo começa a construir a massa óssea desde o nascimento e continua a fazê-lo ao longo da infância e a da adolescência, até cerca dos 25 anos.

É por isso, indispensável fornecer ao organismo a boa dose de cálcio. O que não significa que, posteriormente, o cálcio deixe de ter importância: continua a ser essencial para manter o esqueleto em bom estado para os anos mais difíceis. Por volta dos 50 anos, os ossos começam a reter menos cálcio do que aquele que necessitam, e a massa óssea diminui gradualmente.

Se o consumo de cálcio não tiver sido suficiente durante os primeiros 20 ou 30 anos de vida, há risco de osteoporose, uma doença caraterizada pela diminuição da massa óssea, tornando o esqueleto poroso.

O aporte de cálcio não é o único fator importante para a prevenção deste problema. Este mineral é absorvido graças, a um mecanismo controlado, entre outras coisas, pela presença simultânea de lactose e de um derivado ativo da vitamina D. Esta é, portanto, indispensável à sua assimilação, tal como o fósforo.

Se houver um défice de cálcio e vitamina D no organismo, os ossos são os mais prejudicados, pois deixam de se mineralizar convenientemente, tornando-se frágeis, com risco de aumento de fraturas. Para obter a dose necessária de vitamina D, aconselham-se 15 minutos diários de luz solar.

Atenção: o consumo excessivo de cálcio também pode ter consequências, como favorecer a formação de cálculos renais (vulgo “pedra” nos rins), além de que pode perturbar o metabolismo de outros minerais, como o potássio, o ferro e o zinco. Em todo o caso, o consumo até 2500 miligramas de cálcio por dia é tolerado sem efeitos adversos.

Exercício físico e vida saudável

Alguns constituintes dos alimentos prejudicam a absorção de cálcio no organismo. É o caso do ácido fítico, que existe na casca das sementes e dos grãos, do ácido oxálico nos espinafres, do sódio  presente no sal, da cafeína que se encontra no café e nas bebidas energéticas e do álcool. O tabaco também afeta a absorção do cálcio[i].

Pelo contrário, as vitaminas C e D, os citratos, presentes em frutos e vegetais (citrinos, por exemplo), o fósforo e o flúor favorecem a absorção do cálcio.

O exercício físico é outro fator importante, já que ajuda a fixar o cálcio nos ossos, sobretudo algumas modalidades como caminhada, corrida, ginástica ou ténis. A natação e o ciclismo não afetam diretamente a massa óssea, mas trabalham os músculos e ajudam a manter uma boa postura, prevenindo o desgaste prematuro do esqueleto.                                                  


[i]  A nicotina nos cigarros reduz a produção de estrogénio que pode alterar os níveis de cálcio salivar. A nicotina também causa vasoconstrição dos vasos sanguíneos gengivais e diminui o sangramento gengival. O calor do queima do cigarro pode irritar diretamente a mucosa oral também causando danos às glândulas salivares e resulta a diminuição da função salivar.

A saliva consiste em 99% de água e vários eletrólitos. O cálcio é um dos eletrolíticos inorgânicos encontrados em formas de íon que tem um papel nos processos do corpo, especialmente na cavidade oral. Um estudo de Bafghi et al. em 2015 encontraram uma diminuição significativa na concentração média total de proteína, cálcio, chumbo e zinco em fumadores em comparação com não fumadores. Ao contrário, Abed et al. Em em 2015 encontrou um aumento significativo nos níveis de cálcio salivar em fumadores. Níveis elevados de cálcio salivar podem resultar numa rápida mineralização da placa, acelerando assim a formação de cálculos na cavidade oral. O cálculo pode aumentar a suscetibilidade à doença periodontal na forma de perda de inserção, profundidade de bolsa, perda dentária e diminuição do osso alveolar.

Dias, N. L. (2021). Cálcio Ossos e Dentes de Betão. TesteSaúde, 8-10.

Kukiattrakoon, B. (18 de 12 de 2021). The Effect of Smoking on Salivary Calcium Levels, Calcium Intake, and Bleeding on Probing in Female. Obtido de https://www.hindawi.com/journals/ijd/2021/2221112/