Embora estes termos sejam utilizados como sinónimos, representam tipos de crises distintas.
Quando se manifestam, ambas as crises enviam
mensagens ao sistema nervoso que ativam o nosso instinto de «lutar, congelar ou
fugir», necessário para quando enfrentamos uma ameaça ou situação perigosa.
Nesse processo, ocorre uma descarga de cortisol e
adrenalina no organismo e uma série de respostas do corpo físico, como o
tensionamento dos músculos, o aumento dos batimentos cardíacos, a aceleração da
respiração, entre outras.
Normalmente acontecem perante situações
corriqueiras que não apresentam ameaça alguma à vida, segurança, ou bem-estar
individual. No entanto, para a pessoa ansiosa ou em pânico, estas são intimadoras ou assustadoras.
As principais diferenças entre uma crise de ansiedade
e uma de pânico estão na causa e na forma como os sintomas são percebidos.
Enquanto o ataque de pânico aparece quase de forma
espontânea, a crise de ansiedade acontece depois de um período de preocupação
excessiva por causa de um acontecimento ou situação específica.
Na crise de ansiedade, as pessoas têm dificuldade
em pensar logicamente sobre um acontecimento que está para acontecer e passam
longos períodos de tempo a sofrer por antecipação. No ataque de pânico, que
acontece inesperadamente, isto não se verifica.
Os sintomas de crise de ansiedade são tipicamente
de menor intensidade do que os da crise de pânico. No caso de ataque de pânico,
os sintomas são extremamente intensos mas desaparecem numa questão de minutos (dependendo
do caso, pode levar mais ou menos tempo); na ansiedade são mais brandos mas
persistem por longos períodos de tempo.
Quando os sintomas são percebidos, a primeira coisa
é procurar ajuda.
A primeira experiência de uma crise de ansiedade ou
de um ataque de pânico pode ser facilmente confundida com um ataque cardíaco.
É necessário uma avaliação médica para despiste de outras
causas para o que aconteceu.
Algumas pessoas podem alegar não sofrer de
ansiedade e pânico mesmo após terem tido uma crise.
A verdade é que qualquer pessoa, independentemente
de possuir uma perturbação mental, pode ter uma crise de ansiedade e/ou ataque
de pânico. Isto acontece, contudo, somente em situações de muito stresse.
Quando os sintomas de crise de ansiedade e pânico
se manifestam no dia a dia, em circunstâncias corriqueiras e que fazem parte da
rotina da pessoa, é um sinal de que a sua saúde mental precisa de cuidados.
Seromenho, S. (2022). Não é Loucura, é Ansiedade -
Primeiros Socorros para Combateres a Doença do Século. Lisboa: Contraponto.
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