Muitas pessoas acreditam que o álcool ajuda a
adormecer mais depressa, ou mesmo que oferece um sono mais profundo ao longo da
noite. Matthew Walker no livro “Porque dormimos?” explica que ambos os
pressupostos são mentiras absolutas.
“O álcool situa-se numa classe de drogas designadas
como sedativos. Cola-se aos recetores cerebrais e evita que os neurónios
disparem os seus impulsos elétricos.
Dizer que o álcool é um sedativo confunde
frequentemente as pessoas, já que o seu consumo em doses moderadas as ajuda a
animarem-se a tornarem-se mais sociáveis. Como pode um sedativo animar uma
pessoa? A resposta está no facto de que o aumento da sua capacidade de sociabilização
suceda devido à sedação de uma parte do cérebro, o córtex pré-frontal, que
acontece logo no início dos efeitos galopantes do consumo do álcool.
Se dermos mais tempo ao álcool, ele prossegue a
sedar outras partes do cérebro, arrastando-as até um estado de entorpecimento,
como já aconteceu ao córtex pré-frontal.
https://www.vigilantesdosono.com/artigo/higiene-do-sono-parte-4/
Começamos a sentir-nos mais lentos à medida que o
torpor inebriado se instala. É o cérebro a ceder à sedação. O álcool tem um
efeito sedativo do nosso tempo em vigília, mas não induz um sono natural. O estado
das ondas cerebrais que se instala através do álcool não é semelhante ao sono
natural; pelo contrário, é muito mais parecido com uma forma leve de anestesia.
No entanto, se pensarmos nos efeitos de uma bebida
noturna no sono, este nem é o pior. Mais do que a influência de sedação natural,
o álcool perturba o sono das pessoas em duas formas distintas.
A primeira, o álcool fragmenta o sono, preenchendo
a noite de breves momentos de despertar. Logo, o sono infundido em álcool não é
contínuo e por isso não é restaurador.
A segunda, o álcool é um dos repressores mais
poderosos de sono REM que conhecemos. Quando o corpo metaboliza álcool, produz
alguns subprodutos químicos chamados aldeídos e cetonas, ou seja, as pessoas
que consomem até uma quantidade moderada de álcool à tarde e ou à noite estão,
a privar-se de um sono com sonhos.
A associação portuguesa do sono ainda acrescenta:
PODE EXPERIENCIAR SONHOS INTENSOS, SONAMBULISMO E
NÃO SÓ
Outro problema relativamente comum associado às
bebidas alcoólicas antes de dormir são os sonhos vívidos e intensos ou, até mesmo,
pesadelos. O sonambulismo é, também, uma tendência relacionada com a ingestão
de álcool. Se tem apneia do sono, adormecer toldado ou embriagado pode ser
particularmente perigoso. O álcool pode relaxar a via aérea, que assim se torna
mais colapsável, fenómeno indesejável enquanto dorme.
ÁLCOOL E SONO: UMA MISTURA POUCO SAUDÁVEL
Um copo de vinho pode ajudar no início da noite, no
entanto, é provável que acabe por se sentir mais cansado no dia seguinte. De
facto, pode ocorrer o agravamento dos problemas de sono já existentes.
https://apsono.com/pt/24-noticias/noticias-do-sono/524-alcool-e-sono
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