As estruturas neurobiológicas
implicadas na ansiedade são muitas, que dão lugar a uma ampla gama de
manifestações.
Da ansiedade
derivam diversos caminhos patológicos que podem ser esquematizados nas
seguintes secções: corpo ou plano
biológico; corporalidade ou campo das
sensações difusas espalhadas pela geografia do corpo e vividas anteriormente; o
plano psíquico; e, por último, os mecanismos de defesa da personalidade.
Deveria ser
mencionado, ainda que só de passagem, o que pode significar a ansiedade como
elemento promotor da maturidade da
personalidade, desde que o seu impacto emocional não acabe por neurotizar o
referido sujeito. Vejamos cada plano em separado.
1. Se nos ativermos à ansiedade que escolhe a senda do plano biológico, vamos
encontrar, logo de início, as crises de ansiedade[i],
os ataques de pânico, os episódios, períodos e estados ansiosos. Em todos, a
vivência é tudo menos agradável devido a grandes descargas de adrenalina.
Quando está associada a tensões psicológicas, familiares, sociais e/ou
profissionais, se estas são intensas e
prolongadas, irá aparecendo uma nova «doença» que pode escolher três
caminhos: a musculatura lisa, que é
aquela que envolve os órgãos; é formada por fibras que se dispõem paralelamente
em fascículos e formam camadas musculares dos mesmos; é dotada de movimentos
involuntários; a musculatura estriada,
que é mais comprida e constituída por traços e sulcos que lhe dão essa forma
peculiar de estrias. São músculos voluntários, excetos os cardíacos: braços,
pernas, cara, etc., são na sua maioria, músculos que cobrem o esqueleto humano;
o terceiro caminho é a estética corporal,
hoje em voga, e que apresenta uma grande patologia, sobretudo na adolescência
feminina.
Ocorre-nos imediatamente uma pergunta: porque é que em alguns casos, a
ansiedade escolhe a via física (do corpo) ou a corporalidade (corpo interno, o intracorpo ou o corpo vivido) e,
noutros, a direção psíquica ou os mecanismos de defesa anómalos?
No próximo mês/artigo obterá a resposta.
https://observador.pt/2017/02/18/enrique-rojas-90-das-pessoas-que-tem-crises-de-ansiedade-curam-se/
[i] As
crises de pânico são breves, inesperadas e de uma intensidade tal que, nos
casos mais agudos, surgem três espetros ameaçadores: o temor da morte, o temor
da loucura e o medo de perder o controlo. Nos três há um denominador comum: uma
série ameaça à integridade pessoal.
Rojas, E. (2019). SOS Ansiedade. Lisboa:
Cafilesa - Soluções Gráficas, Lda.
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