sexta-feira, 5 de setembro de 2025

“Sou o maior exemplo para os meus filhos”

 

Nome: Sofia
Idade: 38 anos



Quando começou a fumar e porquê?
Na universidade, por ver a maioria dos estudantes fumarem e achar que seria um comportamento socialmente aceite e inclusivo. A primeira vez que fumei foi em casa, no início da adolescência, sozinha, um cigarro roubado ao meu pai, por vê-lo sempre a fumar e ter curiosidade.

Quantos anos foi fumadora?
Fumei durante cerca de 8 anos.

Porque deixou de fumar?
Porque engravidei.

De que forma a gravidez influenciou a decisão?
Nunca foi sequer opção continuar a fumar estando a gerar-se uma vida dentro de mim.

Como encara a perspetiva de fumar diante dos seus filhos?
Não irá acontecer nunca. Sei que sou, juntamente com o pai, o maior exemplo para os meus filhos. Como tal, não quero que me vejam a ter um comportamento que não quero que reproduzam ou sintam sequer curiosidade de conhecer. Como mãe, quero o melhor para os meus filhos e nunca os obrigaria a serem fumadores passivos, sabendo dos malefícios que tal lhes causaria.

Deixou de fumar de uma forma repentina ou faseada?
De uma forma repentina.

Antes de deixar de fumar em definitivo, alguma vez tentou deixar ou deixou mesmo durante algum tempo?
Não. Sempre fumei quando me apeteceu, até engravidar. Claro que depois disso continuou a apetecer-me, mas não fumava.

Qual a maior dificuldade que sentiu para deixar de fumar?
Conviver com pessoas que fumavam, ver pessoas a fumar.

O que sente de diferenças em si desde que deixou de fumar?
Melhor hálito, pele mais bonita, dentes mais saudáveis.

Que conselho deixaria a quem está a tentar deixar de fumar?
Que pense no mal que está a fazer a si e aos outros. Fumar não traz nada de bom, nem à saúde nem à carteira.

Imagina-se a voltar a fumar?
Não, não voltarei a fumar. Tenho dois filhos pequeninos e passo todo o meu tempo livre com eles. Quero ser o mais saudável possível para estar bem e disponível para eles. Nunca me preocupei muito com a minha saúde até ter filhos.

No momento em que sentimos que duas vidas dependem de nós, mudamos de perspetiva de vida e, por conseguinte, mudamos muitos dos nossos hábitos, principalmente os que prejudicam a saúde. Quero que os meus filhos passem tempo de qualidade comigo e quero incutir-lhes hábitos de vida saudáveis, como tal, fumar não se coaduna com este desejo.

Fontes utilizadas:
DGS.pt | DN.pt | FundacaoPortuguesadoPulmao.org | SNS.gov.pt

https://www.medis.pt/mais-medis/saude-e-medicina/deixar-de-fumar-celebrar-bons-habitos/

 

 

A ansiedade da entrada na escola é dos filhos ou dos pais?

 


Saiba como se preparar, com as dicas da Dr.ª Sara Loios, Psicóloga Clínica de Crianças, Adolescentes e Famílias na CRESCER – Centro de Psicologia Infantil

É natural que se sinta ansioso e preocupado em relação a um grande número de questões, nomeadamente questões associadas à relação com os colegas e ao comportamento da professora.

No entanto, todas estas questões estão associadas com os próprios receios de separação dos pais! Como se a entrada na escola fosse o iniciar da separação pais-filhos, como uma quebra da ligação especial que até então se manteve. 

E, para isso, é essencial que os pais enfrentem os seus próprios medos em relação à separação para poderem ajudar os filhos a enfrentarem os deles. Se se mostrar inseguro na despedida, o seu filho poderá pensar que o está a deixar num sítio que não é seguro, em que os próprios pais não confiam.

Se preparar antecipadamente a criança para a separação e para as exigências do jardim infantil ou da escola, tudo se tornará mais fácil:

– Fale-lhe de tudo o que sabe acerca do que vai encontrar;

– Leve-a lá primeiro para conhecer a professora e a sala de aula. Deve ter em atenção que esta é uma visita da criança e não dos pais. Não aproveite esta visita para tratar de outros assuntos, como por exemplo, da secretaria;

– Deixe que nos primeiros dias a criança leve de casa algo especial (um boneco, um urso de peluche, uma fralda, uma fotografia,…);

– Quando chegar à escola, apresente-a à professora e leve-a a ver o recreio;

– Mostre-lhe que confia na professora. Deverá tratar a educadora pelo nome próprio, transmitindo confiança à criança como se de uma pessoa conhecida se tratasse;

– Quando se for embora diga-o à criança. Dê-lhe um beijo de despedida, não muito prolongado e diga-lhe quando voltará. Não chegue atrasada. Depois de se ter despedido vá-se embora e não se volte para trás. Isto irá reduzir a ansiedade da criança;

– Quando a for buscar, felicite-a pela maneira como se comportou. Devolva que este foi um grande passo no seu crescimento. Oiça-a contar como foi o seu dia.

É normal que a partida dos pais, nos primeiros dias, seja angustiante para a criança, deixando a dúvida sobre quem irá tomar conta dela.

No entanto, à medida que as situações de separação se vão tornando habituais e que a criança percebe que as suas necessidades continuam a ser satisfeitas, que outras pessoas são também capazes de tratar dela, bem como o facto de saber que ao final do dia os pais acabam por regressar, a ansiedade começa a diminuir porque a certeza de que tudo está bem ajuda a tranquilizar os seus sentimentos e deste modo, a sentir-se bem e feliz.

Muitas crianças adaptam-se perfeitamente ao princípio, mas depois em casa mostram sinais de regressão. Podem repetir-se problemas aparentemente não relacionados com a escola, mas ao nível do sono, alimentação ou birras que já haviam sido ultrapassadas.

Estas regressões poderão demonstrar o tipo de energia que a criança tem de reunir para enfrentar este novo desafio. Como se estivesse a reunir energias para essa importante adaptação. Ou seja, ao regredir, ela pode voltar a uma fase do seu desenvolvimento, onde obtém o apoio de que necessita por parte dos pais, reorganizando-se.

Nesta fase o papel dos pais será o de apoiarem na compreensão do motivo desses sintomas e de a ajudarem a compreender-se a si própria no seu esforço para vencer os novos desafios que a escola representa. Quando ela começar a ter sucesso, digam-lhe como se sentem orgulhos com isso.

O período de adaptação à escola pode ser difícil. No entanto, deverá lembrar-se que cada criança se adapta segundo o seu próprio ritmo.

A vossa casa deverá ser o vosso porto de abrigo, um local de segurança e afeto. Deixe que o seu filho consiga o equilíbrio, extravasando em casa as tensões provocadas pela escola.

Não o pressione para conseguir tudo de uma só vez, dê-lhe tempo. Apoie a sua autoestima – a base é dada em casa. As capacidades específicas e as aquisições académicas virão a seu tempo.

Uma certa dose de recompensa positiva, bem como de elogios, reforça a consciencialização que a criança tem do seu próprio sucesso.

E recorde-se: uma criança aprenderá sempre, desde que se sinta bem consigo própria!

https://pumpkin.pt/familia/crescer-criancas/parentalidade/a-ansiedade-da-entrada-na-escola-e-dos-filhos-ou-dos-pais/

5 estratégias para que uma criança consiga dormir bem

 A capacidade de dormir bem e ter um sono reparador é absolutamente essencial para o bem-estar e para todas as exigências da vida diária. A boa qualidade de sono influencia a saúde física, a saúde mental e a performance. 

É essencial que desde cedo se cultivem bons hábitos de sono nas crianças, de forma a dar-lhes uma base segura para conseguirem o equilíbrio dos ritmos de sono e, por consequência, do dia a dia. 

Para se cultivar os bons hábitos de sono nas crianças é muito importante seguir alguns passos como: 

1- Respeitar o ritmo biológico da criança - as crianças têm uma necessidade de dormir durante longas horas e de fazer sestas regulares. Ao longo do seu crescimento, o tempo que precisam de dormir vai diminuindo gradualmente, no entanto, apenas a partir da adolescência as horas de sono necessárias se vão aproximando das horas de sono necessárias para um adulto. Por isso, é absolutamente essencial criar espaço e tempo para que a criança possa dormir todas as horas necessárias para o seu correto desenvolvimento. 

2 - Estabelecer uma rotina na hora de dormir - as crianças precisam de previsibilidade e de estrutura. Se uma criança tiver uma rotina semelhante todos os dias antes de dormir, esta rotina vai mantê-la mais segura e tranquila e, por isso, promoverá um sono mais equilibrado e reparador. A rotina deve ser com atividades pouco estimulantes e que remetam para a sensação de conforto e segurança, como por exemplo, adormecer todos os dias com a leitura de uma história. 

3 - Fazer do quarto um espaço acolhedor - o lugar onde a criança dorme deve ser tido como um espaço de segurança e de conforto, para que a criança se permita a abandonar facilmente o estado de alerta e a dormir segura de si. Neste espaço acolhedor, é essencial ter em atenção a temperatura que deve ser amena e a luminosidade que deve ser reduzida à mínima. 

4 - Adormecer sem tecnologia - a tecnologia tem, por norma, uma ação excitatória da criança, quer pelos conteúdos, quer pela luminosidade. Desta forma, para que uma criança tenha um adormecer mais sossegado, é importante que abandone a tecnologia pelo menos uma hora antes de se ir deitar. Quando a  criança adormece com tecnologia acaba por apenas só se deixar dormir no limiar do cansaço o que não promove um adormecer sereno e um sono tão reparador como o desejado. 

5 - Utilizar um objeto securizante - sempre que são regulares os despertares noturnos, ou os medos na hora de dormir, podem utilizar-se objetos que promovam segurança e a sensação de conforto, como por exemplo, adormecer sempre com o mesmo boneco, ou com uma t-shirt do pai ou da mãe, por exemplo. 

Nunca nos esqueçamos que uma criança que dorme bem e o tempo necessário, será sempre uma criança com uma melhor capacidade de aprendizagem, de atenção, com uma regulação mais equilibrada do seu humor e, naturalmente, mais saudável quer física, quer psicologicamente. 

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.

https://lifestyle.sapo.pt/saude/fitness-e-bem-estar/artigos/5-estrategias-para-que-uma-crianca-consiga-dormir-bem?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques