Uma pesquisa publicada na revista Biology of Sex
Differences destaca que as mulheres que tencionam deixar de fumar podem ter
mais sucesso nesse objetivo se tiverem em conta a altura ótima do ciclo
menstrual para abandonar o tabaco.
Cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos
Estados Unidos, avaliaram 38 mulheres, com idades entre os 21 e os 51 anos, que
fumavam, mas não tomavam contracetivos hormonais.
As participantes realizaram uma ressonância magnética funcional para avaliar
como as regiões do cérebro que ajudam a controlar o comportamento aditivo estão
funcionalmente ligadas a outras regiões que sinalizam a recompensa.
Os cientistas já tinham descoberto anteriormente que as mulheres que estão na
fase folicular, que tem início na menstruação e continua até à ovulação, têm
respostas aumentadas aos estímulos para fumar nas regiões cerebrais envolvidas
na recompensa, em comparação com as mulheres que estão na fase luteínica,
quando a razão entre os níveis de progesterona e estrogénio são elevados e os
comportamentos aditivos são reprimidos, o que sugere que a progesterona pode
proteger as mulheres de voltarem a fumar.
Durante este novo estudo, as participantes foram divididas em dois grupos: as
que se encontravam na fase folicular e as que estavam na fase luteínica; e
posteriormente avaliadas com o objetivo de verificar a influência da fase do
ciclo menstrual sobre a vontade de fumar.
https://medicoresponde.com.br/fases-do-ciclo-menstrual-o-que-voce-precisa-saber/
Os resultados mostraram que, durante a fase folicular, havia uma redução da
conetividade funcional entre as regiões do cérebro que ajudam a tomar boas
decisões (regiões corticais) e as regiões que contêm o centro de recompensa
(estriado ventral), o que sugere que, nesta fase, as mulheres podem ter um
maior risco de continuar a fumar ou de ter recaídas.
De acordo com os autores da pesquisa, os dados obtidos apoiam os resultados
conseguidos com testes em animais e a literatura humana emergente que tem
demonstrado que a progesterona pode ter um efeito protetor sobre os comportamentos
aditivos e demonstra também que há diferenças entre os homens e as mulheres no
que diz respeito ao comportamento tabágico e recaídas.
Fonte: Medical News
Today