sábado, 4 de março de 2023

Tabaco estreita vasos sanguíneos e fragiliza coluna vertebral, alerta médico

 Associado a diversas patologias, o tabaco é também uma das causas do desgaste da coluna vertebral, uma condição que propicia o aparecimento de hérnias discais e dores nas costas, alerta o médico neurocirurgião Paulo Pereira.

"Sabemos que os fumadores têm maior probabilidade de desenvolver patologias relacionadas com o desgaste da coluna vertebral e dos discos intervertebrais, favorecendo o aparecimento de dores nas costas e de doenças como as hérnias discais lombares e cervicais", alerta o médico Paulo Pereira, coordenador nacional da "Campanha Olhe Pelas Suas Costas".


50% das causas de incapacidade física

As dores nas costas são a principal causa de consultas médicas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. As doenças que afetam a coluna representam mais de 50% das causas de incapacidade física. Um estudo, realizado no âmbito desta campanha, indica que 28,4% dos portugueses sentem que a sua atividade profissional já foi prejudicada ou comprometida de alguma forma pelo facto de terem dores nas costas e mais de 400 mil portugueses faltam ao trabalho por ano por este motivo.

https://lifestyle.sapo.pt/amp/saude/noticias-saude/artigos/fuma-e-tem-dores-nas-costas-a-culpa-e-do-tabaco-que-estreita-os-vasos-sanguineos-alerta-medico



https://www.facebook.com/dr.YvensFernandes/photos/a.1812391268991981/2966635066900923/?paipv=0&eav=AfYGNmVwRhXMg98LjTwKgSiWyq3XQd1IyjnKxehkREnOqDGIaZJRne5OA7jYyK2Q-FU&_rdr

Perda do Sono e o sistema imunitário

 

Lembre-se da última vez que esteve com gripe. Sentia-se miserável, não sentia? O nariz a pingar, dores no corpo, dores de garganta , tosse persistente e uma absoluta falta de energia. O mais provável era que só tivesse vontade de se enroscar na cama a dormir. E era exatamente o que devia fazer. O seu corpo está a tentar reconstruir-se com o sono. Existe uma associação íntima e bidirecional entre o seu sono e o sistema imunitário.

O sono combate a infeção e a doença libertando todo o tipo de artilharia que existe no seu arsenal imunitário, cobrindo-o de proteções. Quando realmente adoece, o sistema imunitário estimula ativamente o sono, exigindo mais tempo de descanso na cama para ajudar aos esforços de guerra. Reduzir o sono durante uma única noite faz com que o manto invisível da resiliência imunitária seja bruscamente arrancado do seu corpo.

Não é preciso passar por muitas noites de sono insuficiente para o corpo ficar imunologicamente debilitado, e neste contexto a problemática do cancro torna-se relevante.

Um número proeminente de estudos epidemiológicos relata que o trabalho por turnos, e a perturbação dos ritmos circadianos e o sono que provoca, aumentam consideravelmente a possibilidade de a pessoa vir  a desenvolver inúmeros tipos de cancro.

Até à data, estes dados incluem associações com cancro da mama, cancro da próstata, cancro do colo do útero ou do endométrio e cancro do cólon.

Incentivada pela força das provas que se acumulam, a Dinamarca tornou-se recentemente no primeiro país a pagar uma indemnização a mulheres que tenham desenvolvido cancro da mama depois de anos de trabalho por turnos noturnos em empregos sob alçada do governo, como enfermeiras e assistentes de voo.



https://www.mdpi.com/2072-6694/13/6/1470

Assim, um sono de pouca qualidade aumenta o risco de desenvolvimento do cancro e, quando este já está estabelecido, promove um fertilizante virulento para o seu desenvolvimento veloz e descontrolado. Não dormir o suficiente quando se combate um cancro pode ser equivalente a deitar uma gasolina numa fogueira agressiva já acesa. Isto pode parecer um pouco alarmista, mas as provas científicas que ligam a perturbação do sono ao cancro são perniciosas que a própria Organização Mundial de Saúde classificou os turnos da noite como «provavelmente carcinogénicos».

Fonte: Walker, Matthew; Porque dormimos?; Men’s  , fevereiro 2019, 978-989-8892-25-6 Pág 201 à 206

https://www.pcp.pt/reforca-direitos-dos-trabalhadores-no-regime-de-trabalho-nocturno-por-turnos-1

Fator gerador de ansiedade: Insatisfação das necessidades básicas

 

Young et al. (2003) postula que existem cinco necessidades emocionais fundamentais para os seres humanos que podem estar na base e na origem do mal estar psicológico, incluindo a ansiedade. Estas são as necessidades que devem ser satisfeitas na primeira infância, período este que vai desde o nascimento até aos seis anos de idade:

1.     Vinculação (apego) segura aos outros (inclui segurança, estabilidade, nutrição e aceitação por parte dos outros). Sem uma vinculação segura na infância, em que a criança sente que pode confiar no outro, que o outro é um porto seguro, dificilmente essa pessoa sentirá na idade adulta segurança nos outros e em si própria. A segurança está ligada à autoestima, autoconfiança e autonomia. Sem segurança nos outros e em si mesma, a pessoa não se sentirá confiante e confortável para explorar o seu mundo. É por isso que muitas vezes surge a ansiedade antecipatória e o medo do desconhecido, pois nunca houve uma base de segurança durante a infância que tornasse a pessoa autónoma e competente na sua própria pele; esta necessidade é importantíssima na construção de um sistema de segurança forte.

2.     Autonomia, competência e senso de identidade. Práticas parentais rígidas que não promoveram a autonomia e as competências da criança irão provavelmente gerar adultos inseguros e dependentes, com medo do mundo e com falta de propósito ou identidade pois nunca tiveram espaço para explorarem o mundo por si sós;

3.     Liberdade para expressar necessidades e emoções válidas. A inibição, castração e controlo constante dos pais pode levar a que a criança sinta um grande desconforto em ser e sentir o que é/sente. Pode até tornar-se um adulto muito crítico e punitivo, que não é capaz de permitir-se falhar, pois nunca teve liberdade para se expressar e/ou fracassar. Mais uma vez este fator está diretamente ligado à autonomia, autoestima e autoconfiança. Se uma criança nunca foi estimulada a expressar-se livremente, a falhar e a ser quem realmente é, com segurança, como poderá tornar-se num adulto seguro e autónomo?



https://tudoela.com/estimular-autoconfianca-seu-filho/

4.     Espontaneidade e brincadeira. A espontaneidade, nas crianças é promovida através do brincar. A criança ao brincar livremente, pensa e analisa a sua realidade, a sua cultura e o meio em que está inserida, discutindo sobre regras e papéis sociais com os outros. Nas suas brincadeiras, a criança aprende a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, favorecendo o desenvolvimento da autoconfiança, da curiosidade, da autonomia, da linguagem e do pensamento. É através do brincar que a criança se expressa e é, e, como vimos anteriormente, que constrói a sua identidade. Ao brincarem espontaneamente, as crianças expõem os seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam, sentem, reinventam e movimentam-se. Fantasiando, a criança revive angústias, conflitos, alegrias, desiste e refaz, deixando de lado a subjugação às ordens e exigências dos adultos, inserindo-se na sociedade onde assimila valores, crenças, leis, regras, hábitos, costumes, princípios e linguagens: os mais pequenos são capazes de lidar com complexas dificuldades psicológicas através do brincar. É importante que a criança construa livremente e com segurança o seu próprio senso de identidade e aprenda a autorregular-se para que se torne, mais tarde, um adulto seguro e confiante daquilo que é e quer ser, que consegue superar dificuldades autonomamente;

5.     Limites realistas e autocontrolo. O objetivo no estabelecimento de limites é ajudar as crianças a desenvolverem autocontrolo e auto direção para que se tornem adultos decididos e determinados nas suas decisões, mas também autorregulados. Ao estabelecerem limites, os pais mostram à criança o seu amor e preocupação («Eu importo-me contigo e quero que sejas uma pessoa segura»), extremamente importantes na vinculação, ao mesmo tempo que lhe proporcionam uma oportunidade para aprender o que é a responsabilidade e a seguir uma direção de forma a obter resultados efetivos nas suas decisões de vida, relações interpessoais, entre outros. O autocontrolo é extremamente importante no que toca a aprender a gerir emoções e impulsos. Sem limites e autocontrolo, a criança acaba por não aprender a regular as suas emoções e pode comportar-se impulsivamente e até explosivamente.

 

Estas necessidades são universais. Todos a temos, embora para algumas pessoas elas sejam mais fortes. Um indivíduo psicologicamente saudável é aquele que consegue atender de forma adaptativa a essas necessidades emocionais básicas. Para que a criança se torne um adulto saudável, terá de aprender a agir, ser e sentir livremente e espontaneamente, sentindo-se segura nas suas próprias escolhas e decisões e respeitando sempre o limite do outro.

Seromenho, S. (2022). Não é Loucura, é Ansiedade - Primeiros Socorros para Combateres a Doença do Século. Lisboa: Contraponto.