Recentemente doze Sociedades Cientificas
Portuguesas elaboraram um documento a manifestar o seu desagrado e recomendação
à população para a não experimentar, nem utilizar os Produtos de Tabaco
Aquecido (PTA) como alternativa ao tabaco tradicional, dado que, o risco
para a saúde humana mantém-se, a própria indústria não o desmente, e a melhor
forma de salvaguardar a saúde das populações e do ambiente é não fumar nicotina.
A mensagem é simples, para os jovens o melhor é não
experimentar produtos que contenham nicotina (cigarros e outros). Quanto aos fumadores que não se
sentem motivados ou não encontram razões, ainda, para parar de fumar, podem e
devem expor as dúvidas ou crenças aos profissionais de saúde que
estarão disponíveis para o aconselhar sobre qual o melhor tratamento de acordo
com as boas práticas e base científica comprovada.
Os PTA, contêm nicotina, substância altamente
aditiva e que provoca dependência e outros produtos que são adicionados,
aumentando assim a atratividade ao consumo, como seja os açúcares e aromas
(mentol, café, chocolate, banana, manteiga, canela, cravo, eucalipto, menta,
morango, baunilha, entre outros). Atualmente, o experimentar e uso de PTA pelos
adolescentes está a sofrer um crescimento exponencial e já se
demonstrou que aumenta o risco de iniciação no consumo de cigarros tradicionais
e noutras drogas para além do risco de renormalização do tabagismo e da
epidemia da nicotina, através do uso duplo com os cigarros convencionais.
A nova tática da indústria do tabaco
passa pela contratualização dos chamados influenciadores de
mídias sociais - quase celebridades com elevado número de seguidores - para
promover e comercializar seus produtos diretamente aos jovens no Facebook,
Instagram, Twitter e Snapchat, segundo um documento de consenso elaborado por
mais de 100 organizações de saúde publica de vários países e divulgado pelo site Crianças
Livres de Tabaco www.tobaccofreekids.org com
sede nos EUA.
https://ojoioeotrigo.com.br/2021/09/as-novas-velhas-estrategias-para-camuflar-a-publicidade-do-cigarro/
Esta estratégia de marketing agressivo, é apenas
uma entre outras que são usadas pelas empresas de tabaco para atrair os novos
clientes e aumentar as vendas como por exemplo: Reduzir as preocupações com a
saúde do consumidor através de alegações de que os PTA são produtos
de risco reduzido; Manter ou aumentar a aceitação social do fumador; Abertura
de lojas de venda dedicada para demonstrações e vendas, por exemplo, a iOS,
juntamente com suporte de cal center para os consumidores.
Todas as formas de uso do tabaco são prejudiciais.
O tabaco é inerentemente tóxico e contém carcinogéneos, mesmo em sua forma
natural. Portanto, a OMS recomenda que estes produtos sejam sujeitos
às mesmas medidas políticas e reguladoras aplicadas a todos os outros produtos
de tabaco, em conformidade com a Convenção-Quadro para o Controle do
Tabaco da OMS (WHO FCTC).
Portanto o slogan é: Não experimente consumir
nicotina. Pare de consumir o mais precoce possível.
Texto por Manuel Rosas, Psicólogo Clínico
Fundação Portuguesa do Pulmão, Delegação de Viana do Castelo, Junho 2019
https://www.fundacaoportuguesadopulmao.org/destaques/conteudos/a-propaganda-dos-produtos-de-tabaco-no-sec-xxi/