terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Dieta anti-tabaco – o que não se deve comer

 

1.      Corte com o açúcar: o açúcar é um «falso alimento» e um «falso amigo»

O açúcar é um produto químico (o seu verdadeiro nome é sacarose), oriundo da indústria alimentar, que não é absolutamente necessário ao nosso equilíbrio orgânico. É um produto biologicamente inerte, cujo interesse reside no seu sabor especial, na sua tão agradável doçura. O seu enorme consumo na atualidade explica-se, por um lado, por esse agradável sabor, pela sensação de segurança nutritiva que proporciona, e, por outro lado, pelas suas qualidades energéticas, que dele fazem um indispensável auxiliar do homem moderno, cheio de pressas. O clássico trio «café-açúcar-tabaco» ganha frequentemente a corrida nas pistas dos negócios modernos; é um estimulante universalmente reconhecido. Mas eu gostaria de mostrar aqui o nefasto papel deste estimulante. Com efeito, por definição, o processo de estimulação é um processo químico que permite pôr em jogo de forma rápida energias que até aí não estavam disponíveis. É a mesma coisa que mobilizar um crédito bancário, mas a situação pode ser comparada com a de uma pessoa que tenha um certo capital, vivendo unicamente dos seus recursos, e que vá levantando cheques atrás de cheques. É evidente que essa pessoa acabará por ver o fim dos seus recursos financeiros. Talvez seja paradoxal falar de excitação provocada pelo açúcar quando o sabor desse produto é tão doce, mas de facto é assim: o açúcar foi o primeiro excitante artificial posto ao nosso dispor pela a alimentação do dia a dia. Cabe-nos a nós saber utilizá-lo e até suprimi-lo durante o período primordial dos poucos dias que dura a desintoxicação antitabaco. Não será da parte do leitor um esforço inútil; cada estímulo sensorial que lhe chegar à boca pode, facto, excitar a necessidade de fumar. Os alimentos que contém açúcar são muitos e variados. Os bolos, claro está; mas também as compotas, o chocolate, as outras doçarias, as bebidas adoçadas, etc.



 https://zsweet.com/blogs/news/tobacco-vs-sugar-which-poses-the-greater-health-risk

2.      Nada de cozinha complicada

Adote um regime simples e mesmo frugal: isto é, nada de pratos demoradamente cozinhados ou conhecidos como indigestos – pratos com molhos, guisados, frituras, gorduras cozinhadas, etc.

 

3.      Nada de gorduras

Não coma enchidos nem carnes fumadas, a não ser perna afiambrada magra (não fumada). Não coma carnes gordas nem peixes «reimosas» (atum, sardinhas, etc.).

 

4.      Nada de irritantes

Não coma temperos irritantes: nenhum vinagre (que será substituído por sumo de limão), nenhuma mostarda, nenhuma pimenta, nenhumas especiarias ou condimentos. Use de moderação no sal. Será necessário seguir a linha geral que atrás citei, procurando comer apenas alimentos mais neutros que for possível encontrar. Se desejar, aromatize-os com aromas suaves: salsa, cebolinha, cerefólio, ervas de cheiro secas – estragão, tomilho, louro, salva, etc

Suspenda café, o chá e o cacau. Substitua-os por tisanas energéticas de salva, tomilho ou alecrim. Se não puder passar sem café, poderá beber no máximo uma chávena ao pequeno-almoço e outra ao meio da tarde, mas nunca a seguir às refeições, porque nesse caso a vontade de fumar viria logo à superfície devido à sensação de ideias e à excitação das mucosas gustativas.



 https://www.e-konomista.pt/cha-de-tomilho/

5.      Nada de alimentos feculentos ou farináceos

Evite as massas, evite o excesso de pão (substitua-o por pão integral: come-se menos...), evite os alimentos feculentos ou farináceos, o arroz, os legumes secos...Provocam digestões difíceis e fermentações de que resulta um nefasto «entorpecimento» geral. Durante o período da desintoxicação, o espírito deve manter-se claro, vivo e desperto; as ideias desenvoltas e o corpo o mais leve possível: as refeições copiosas ou indegestas são, pois, altamente prejudiciais para a obtenção de tal estado.

 

6.      Nada de álcool

Nem aperitivos nem digestivos nem vinho (a não ser cortado com água). O álcool é um excitante nocivo a três níveis: em primeiro lugar, pela excitação cerebral que provoca; depois pelo seu efeito irritante local no palato e na língua, e, finalmente, pela associação de ideias que traz consigo. O trio que atrás falamos- «café-açúcar-tabaco» -, pode, na verdade, ser completado com álcool. O álcool, mesmo quando tomado em pequenas quantidades, é nocivo para as células do organismo e prejudica a vitalidade geral, embora cause, paradoxalmente, um certo ímpeto passageiro e uma certa melhoria da vivacidade psíquica. Em resumo: é um elemento tóxico para consumo em reuniões ou por prazer, mas deve ser formalmente eliminado durante os poucos dias da cura antitabaco

 

Fonte: Roger, Jean Luc; Como Deixar de Fumar; Publicações Dom Quixote, 1984, 71308

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Dormir antes de nascer

 “Através do discurso ou de músicas, os progenitores que esperam pelo nascimento do bebé deliciam-se frequentemente com a capacidade de estimular pontapés ou movimentos nas crianças ainda no útero. Embora nunca lhes deva dizer isto, o mais provável é que o bebé estava a dormir profundamente. Antes do nascimento, um bebé humano passará a maior parte do seu tempo num estado semelhante ao sono, que se assemelha bastante ao sono REM. Assim sendo, o feto adormecido não tem provavelmente noção das tropelias e estímulos dos seus progenitores. Qualquer movimento de braços ou pernas que as mães sintam nos seus bebés são muito possivelmente a consequência de explosões involuntárias de atividade cerebral típicas do sono REM.

Os adultos não exibem – ou não devem exibir – estes movimentos e gestos noturnos, uma vez que os seus corpos estão paralisados sob o efeito do sono REM. Mas, no útero, o cérebro imaturo do feto ainda não construiu os sistemas inibidores de atividade muscular caraterísticos do sono REM que os adultos já têm instalados. No entanto, outros centros de ação profunda do cérebro dos fetos já estão implantados, incluindo os que geram o sono. Na verdade, no fim do segundo trimestre de desenvolvimento (aproximadamente por volta da 23ª semana de gestação), a maioria dos mecanismos neurais e interruptores para produzir o sono NREM e REM já foram esculpidos e conectados. Como resultado desta discrepância, o cérebro do feto ainda gera comandos motores formidáveis durante o sono REM, mas ainda não existe paralisia muscular. Sem esta restrição, os comandos são transmitidos livremente em movimentos físicos, sentidos pela mãe como pontapés acrobáticos do seu pequeno lutador peso-pluma.



https://www.healthline.com/health/pregnancy/do-babies-sleep-in-the-womb

Nesta fase de desenvolvimento uterino, a maior parte do tempo é passada a dormir. O período de 24 horas contém um misto de aproximadamente seis horas de sono NREM, seis horas de sono REM e 12 horas de um sono intermédio que não podemos afirmar com confiança se se trata de sono REM ou não NREM, mas que é certamente um estado de vigília. Só quando o feto atinge o terceiro trimestre aparecem os primeiros sinais de vigília. Mas são bastante mais raros do que pode imaginar . apenas duas a três horas por dia.

 Apesar de o tempo de sono diminuir no último trimestre, paradoxalmente ocorre um aumento bastante grande da duração do sono REM. Nas últimas semanas de gestação, o feto aumenta o seu consumo de sono REM até quase nove horas por dia. Na última semana de gestação, o sono REM atinge o máximo de toda a vida ao chegar às 12horas por dia. Com um apetite quase insaciável, o feto humano praticamente duplica o consumo de sono REM mesmo antes de chegar ao mundo. Não existirá nenhum outro momento na vida de um indivíduo- pré-natal, pós-natal, adolescência, idade adulta ou velhice – em que se dê uma mudança tão dramática na necessidade do sono REM, nem que o seu consumo seja tão acentuado.

Poderá o feto estar a sonhar a verdade quando está em sono REM? Provavelmente não da forma como  a maior parte de nós conceptualiza os sonhos. Mas sabemos que o sono REM, é vital, para a promoção da maturação cerebral.

Foi feita uma ligação mais recente em relação à deficiência de sono REM e às perturbações do espetro do autismo (PEA) (que não devem ser confundidas com perturbação de hiperatividade com défice de atenção [PHDA]). O autismo, que se manifesta de várias formas, é uma condição neurológica que surge no início do desenvolvimento da criança, normalmente por volta dos dois ou três anos de idade. O principal sintoma do autismo é a ausência de interação social. Tipicamente, os indivíduos com autismo não comunicam nem se envolvem com as restantes pessoas com facilidade.

O entendimento atual das causas do autismo é ainda incompleto, mas um facto central nesta condição parece ser uma construção de ligações desadequada no início do desenvolvimento da vida, especificamente no número e formação de sinapses – ou seja, uma sinaptogénese anormal. Os desequilíbrios nas ligações sinápticas são comuns nos indivíduos com autismo: algumas regiões cerebrais têm um excesso de conectividade outras com um défice. Os bebés e crianças que revelam sinais de autismo, ou que já foram diagnosticadas, não tem padrões de sono normais nem nas mesmas quantidades.

Claro que nenhuma mãe ainda grávida tem de se preocupar com cientistas que possam interromper o sono REM do seu feto em desenvolvimento. Mas o álcool pode ter o mesmo efeito seletor da remoção de sono REM. O álcool é um dos repressores mais poderosos do sono REM de que temos conhecimento.

O álcool consumido pela mãe atravessa rapidamente a barreira da placenta e infunde o feto em desenvolvimento com a mesma rapidez.

https://www.neurologyadvisor.com/topics/pediatric-neurology/fetal-alcohol-exposure-influences-brain-structure-gene-function/

Além da abstinência alcoólica durante a duração da gravidez, a fase da amamentação também merece uma especial menção. Quando os bebés consomem o leite com álcool, o seu sono é mais fragmentado e depois passam mais tempo acordados, além de que logo após sofrem de uma supressão de sono REM de cerca de 20 a 30%.

O que emerge de todos estes estudos é que o sono REM não é opcional nas primeiras fases da vida humana, mas uma necessidade obrigatória. Infelizmente ainda não entendemos completamente os efeitos a longo prazo da perturbação do sono REM nos fetos ou recém-nascidos, quer esta seja provocada pelo consumo de álcool ou não. Sabemos apenas que bloquear ou reduzir o sono REM nos animais recém-nascidos abranda e perturba o desenvolvimento do cérebro, dando origem a um adulto socialmente disfuncional. ”

 

 

Fonte: Walker, Matthew; Porque dormimos?; Men’s Journal, fevereiro 2019, 978-989-8892-25-6 Pág 93 a 100

domingo, 13 de dezembro de 2020

Alimentos para combater a ansiedade – Noz e Castanha-do-Pará

 "Noz

Devido à sua parecença com o cérebro humano, a noz era descrita por povos da antiguidade como um alimento para o cérebro e que o seu consumo melhorava o bom funcionamento e o rendimento cerebral. Segundo a «Teoria dos Sinais», o Criador terá deixado certos sinais nos alimentos, de maneira a que os seres humanos percebessem facilmente as suas propriedades curativas e desta forma curar as suas doenças. Uma das maneiras que o Criador encontrou para guiar o seu caminho foi caraterizar os alimentos com parecenças semelhantes aos órgãos do corpo humano. Convém lembrar o leitor que até inícios do século XX a ciência ainda não tinha conseguido um método para analisar a composição dos alimentos, portanto, tudo o que se sabia sobre os efeitos terapêuticos destes era baseado em suposições e intuições. O que é certo é que a partir do momento em que o ser humano conseguiu analisar a composição dos alimentos, o que em muitos casos era apenas intuição.

No caso da noz, veio a comprovar-se que efetivamente os seus nutrientes são um superalimento para o cérebro. Podemos destacar alguns, por exemplo, o ómega 3, vitaminas B1, B2, B3 e B6, fósforo, potássio, zinco, cobre, manganês e lecitina.

Devido à sua composição, devemos utilizar regularmente as nozes uma vez que ajudam a equilibrar o sistema nervoso, melhoram o desempenho cerebral, a função neurológica, o rendimento físico, ajudando a eliminar o cansaço e melhorar a performance sexual.

Recomendo o consumo de duas a quatro nozes por dia. Devido ao seu efeito energético, a melhor hora para as consumir será ao pequeno-almoço e a meio da manhã.

Nota: Se comer nozes cinco ou mais vezes por semana, o risco de ataque cardíaco reduz-se consideravelmente.



https://sicnoticias.pt/pais/2020-10-06-Descoberta-nova-especie-de-bacteria-que-afeta-qualidade-e-producao-da-noz

Castanha–do-Pará

Esta castanha, também conhecida como castanha-do-maranhão ou castanha do brasil, é de extrema importância para os problemas relacionados com o sistema nervoso devido à sua concentração em vitamina B1, superando a carne, o leite e os ovos comparando-se ao gérmen de trigo e á levedura de cerveja.

Para além disso, é também muito rica em vitamina E, fósforo, magnésio, cálcio, ferro e selénio – é a maior fonte de selénio nos alimentos, apenas uma castanha contém a dose diária recomendada deste nutriente, o que as torna um excelente alimento para quem sofre de burn out, esgotamento nervoso e físico, astenia, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, perda de memória ou falta de concentração. Atua também como um antioxidante potente.

A melhor altura para consumir a castanha-do-pará é durante a manhã e de preferência nos meses mais frios.

Nota: O selénio, presente na castanha-do-pará, diminui o risco de doenças cardíacas e de cancro.

https://www.lidl.pt/pt/novidades/eu-e-que-descobri/os-frutos-secos-do-lidl



Fonte: Bravo, João; Burn Out; Casa das Letras, setembro 2019 2ªedição, 978-989-780-109